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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 COMUNICAÇÃO ........................................................................................ 5 2.1 Estilos de comunicação ........................................................................ 8 2.1.1 Agressivo ........................................................................................ 8 2.1.2 Passivo ........................................................................................... 9 2.1.3 Manipulador .................................................................................. 10 2.1.4 Assertivo ....................................................................................... 10 3 FALAR EM PÚBLICO .............................................................................. 11 3.1 Conhecer o público-alvo ..................................................................... 12 3.2 Escolher o tema ................................................................................. 12 3.3 Determinar objetivos........................................................................... 13 3.4 Tempo disponível para a apresentação ............................................. 13 3.5 Data de realização do evento ............................................................. 13 3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura ....................................... 14 3.7 Desenvolver as ideias ........................................................................ 14 3.8 Recursos audiovisuais........................................................................ 15 4 ORATÓRIA ............................................................................................... 16 4.1 Medo de falar em público ................................................................... 18 4.2 Lidando com o nervosismo ................................................................. 20 4.3 Comunicação clara, objetiva .............................................................. 22 4.4 Fala verbal e corporal ......................................................................... 23 4.5 Cuidados com a voz ........................................................................... 24 4.6 Falhas de linguagem .......................................................................... 26 4.7 Comunicação em reuniões empresariais ........................................... 27 5 MARKETING PESSOAL .......................................................................... 29 3 5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal ............................... 30 5.1.1 Imagem pessoal ........................................................................... 31 5.1.2 Linguagem corporal ...................................................................... 31 5.1.3 Vestimenta ................................................................................... 31 5.1.4 Posturas corporais ....................................................................... 32 5.1.5 As maneiras de olhar.................................................................... 32 5.2 Networking ......................................................................................... 32 5.2.1 Elaborando networking ................................................................. 33 5.2.2 Formas de expandir o networking ................................................ 34 5.3 Autopromoção .................................................................................... 35 5.4 Conduta ética ..................................................................................... 36 5.5 Habilidade para falar em público ........................................................ 36 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 38 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 COMUNICAÇÃO Fonte: politize.com.br A boa comunicação é uma das habilidades mais valorizadas e admiradas no mundo dos negócios e também uma das mais úteis na vida social. Trata-se, portanto, de uma habilidade crucial no âmbito das organizações. As pessoas que conseguem comunicar efetivamente se destacam em seus campos de atuação, seja por suas capacidades de se expressarem adequadamente para que os outros as conheçam melhor ou por conseguirem influenciar ideias e comportamentos por meio da utilização adequada de palavras. Comunicar bem é algo que pode ser aprendido, desenvolvido e aprimorado, conforme necessidades e objetivos delimitados. Existem técnicas e conhecimentos que podem ser úteis nesse sentido. Eis, um dos objetivos da nossa exposição: oportunizar ao estudante o conhecimento de técnicas e dispositivos teóricos que possam iniciá-lo na tarefa necessária e fundamental da busca da boa comunicação. Assim, começaremos por observar o que significa o ato de comunicar e como ele se constitui como fenômeno fundamental da existência humana. Penteado (2012) explica que a palavra comunicar: [...] vem do latim “communicare” com a significação de “pôr em comum”. Comunicação é convivência. Está na raiz de comunidade, agrupamento caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos indivíduos. Consenso quer dizer acordo, consentimento, e tal acepção supõe a existência de um fator decisivo na Comunicação humana: a compreensão 6 que ela exige, para que se possam colocar, em “comum”, ideias, imagens e experiências. A Comunicação humana, portanto, por meio da compreensão, põe ideias “em comum”. Seu grande objetivo é o entendimento entre os homens. Para que exista entendimento, é necessário que os indivíduos que se comunicam se compreendam mutuamente (PENTEADO, 2012, p.1). O autor acrescenta que a comunicação só existe quando o interlocutor é capaz de compreender o significado dos sons articulados, associando-o com sua experiência anterior. Para isso, é necessário que os símbolos, no caso os sons, tenham significação comum para os indivíduos envolvidos, que são “o emissor, ou destinador, ou remetente, ou enunciador, ou codificador e o receptor, ou destinatário, ou ouvinte, ou enunciatário, ou decodificador” (PENTEADO, 2012, p.1) Observe o processo de comunicação na (Figura 1). Figura 1 - Processo de comunicação Fonte: Penteado, 2012 A comunicação é uma necessidade humana desde os primórdios da civilização. No entanto, com o passar do tempo, a comunicação deixou de ter uma conotação apenas de socialização e compartilhamento de impressões e percepções dentro de um grupo. No mundo moderno, à medida que o capitalismo se desenvolveu, ela passou a ser uma atribuição importante também nas relações comerciais. Nesse contexto, a comunicação é um componente essencial. Saber conduzir uma apresentação de forma didática e clara, transmitir seu ponto de vista a um grupo EMISSOR RECEPTOR Comunicação VERBAL Comunicação NÃO-VERBAL 7 sem deixá-lo desconfortável, obter parcerias e motivações são aspectos cruciais para uma organização onde os processos de comunicação exercem função fundamental. Assim, conhecer os elementos determinantes para uma boa comunicação é fundamental para ter sucesso nos negócios. A comunicação acontece em todas as direções e o tempo todo: entre pessoas, entre instituições, entre pessoas e instituições, entre membros de um grupo fechado, em uma multidão, entre conterrâneos, entre estrangeiros, entre indivíduos pertencentes a um mesmo grupo de conhecimento, entre pessoas de diferentes gêneros ou credos, etc. (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018, p. 19). A comunicação, é, portanto, ainda segundo os autores, a base das relações sociais. Refere-se a um componente formador e propulsor dos grupos sociais, de modo que cada um, apresentando um perfil de indivíduos específicos, possua códigos e expressões próprias, que muitas vezes são compreendidos apenas por aqueles que estão inseridos. Isso ajuda a estreitar o vínculo entre essas pessoas, aumentando a cumplicidade e a parceria entre elas. Entende-se, assim, que é através da comunicação, as pessoas compartilham significados, informam-se acerca de aspectos da vida cotidiana, geram dados para chegar a um local específico, entre outros aspectos da vida social onde a comunicação é determinante. Vale salientar que o conceito de comunicação humana como forma de interação social abrange três esferas: a comunicação interpessoal, a comunicação de massa e a comunicação organizacional. Para Pimentel e Rodrigues (2018) a comunicação interpessoal é aquela desenvolvida por todos os indivíduos em diversos momentos do dia. Refere-se à uma conversa informal entre amigos, conhecidos ou familiares, por exemplo. Essa conversa pode ocorrer pessoalmente ou ser mediada por algum meio de comunicação ou tecnologia, como rede social ou telefone. A comunicação de massa, por outro lado, necessita de um método para atingir um número considerável de pessoas ao mesmo tempo. Trata-se de um tipo de comunicação que ocorre sempre mediada, podendo ocorrer por uma rede social, um artigo de jornal ou conteúdo de televisão, por exemplo. Ao se comunicar com um grande grupo de pessoas, é necessário usar um vocabulário direto e democrático para evitar falhas de comunicação. Já a comunicação organizacional, como o próprio nome indica, ocorre dentro do contexto dos negócios, ou em um ambiente organizacional. Esse tipo de 8 comunicação é geralmente formal e exige que um intermediário seja usado na maioria das vezes. É a comunicação pensada para dentro e para fora da organização (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018). No mundo dos negócios, por exemplo, é fundamental entender as principais formas de comunicação. Isso porque é por meio delas que a comunicação, para uma apresentação ou negociação, por exemplo, poderá ser planejada. Os quatro principais estilos mais comuns são: assertivo, agressivo, passivo e manipulador. 2.1 Estilos de comunicação A tendência dos indivíduos de se comunicarem uns com os outros por meio de padrões singulares ou combinações de vários componentes é conhecida como estilo de comunicação. Refere-se a um padrão ou conjunto de características que o indivíduo possui e emprega ao falar (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). Segundo Rego (2016), o estilo pode influenciar significativamente em um componente crucial para a comunicação: a resposta recebida. Como resultado, é fundamental entender cada uma desses estilos, para assim poder interagir com eles e alcançar resultados positivos. 2.1.1 Agressivo As pessoas com o estilo agressivo de comunicação, também conhecidas como “do contra” têm a convicção de que os outros estão sempre contra elas e que precisam se proteger e defender o seu ponto de vista a qualquer custo. Para isso, frequentemente ameaçam e realizam ataques pessoais aos seus interlocutores. Essa comunicação frequentemente tenta dominar outras pessoas em sua constante busca por desvalorizá-las. Alguns sinais, como desinteresse, frieza e intolerância, são perceptíveis quando se utiliza esse tipo de abordagem. Comunicadores agressivos muitas vezes se tornam insubordinados e se rebelam contra o que lhes é falado quando precisam responder a alguém, como um gerente, por exemplo. Comumente pessoas com esse estilo de comunicação falam alto e tendem a interromper os outros quando estão falando. Além disso, quando têm a oportunidade 9 de falar, eles o fazem segurando suas palavras por mais tempo do que seria confortável. Em situações de conflito, os comunicadores agressivos podem ser úteis. Isso ocorre porque eles geralmente se sentem à vontade nesses tipos de circunstâncias e estão cientes de como reagir em situações tensas. No entanto, em circunstâncias normais, sua atitude pode levar a sentimentos desconfortáveis e criar situações delicadas, que precisam ser gerenciadas. Para Rego (2016, p. 303), uma pessoa com este estilo gera “desconfianças, inimizades e, mais cedo ou mais tarde, induz respostas igualmente agressivas nos seus interlocutores”. Essa postura pode resultar de sentimentos de vulnerabilidade e falta de confiança. Por vezes alguém é agressivo porque foi passivo por um tempo e acabou transbordando (REGO, 2016). 2.1.2 Passivo Geralmente as pessoas que usam esse estilo de comunicação tendem a se sentir bloqueadas ou paralisadas diante de um desafio. Por sentirem receio de importunar os outros acabam deixando de fazer considerações significativas. Além disso, acabam não tomando algumas decisões, uma vez que frequentemente alguém fica decepcionado ou chateado com decisões tomadas, e os passivos não sabem lidar com esse tipo de rejeição. Uma pessoa passiva, segundo Rego: [...] comporta-se tímida e retraídamente. Tem dificuldade em defender os seus interesses, em comunicar o que pensa e em discordar dos outros. Acaba por encorajar as pessoas a tomar vantagem sobre si e desrespeitarem-na. Daqui resulta que, por vezes, se sente incompreendida e julga que os outros é que deveriam saber onde chegar (REGO, 2016, p. 311). Geralmente as pessoas que se comunicam dessa maneira tendem a lutar com baixa autoestima, especialmente porque não se sentem capazes de ter suas próprias opiniões sobre determinadas situações ou de se impor aos outros. No entanto, pessoas com este estilo não têm muita consideração por parte dos colegas. As pessoas que são passivas normalmente exibem alguns hábitos e comportamentos comuns, como revirar os olhos, misturar as pernas e bater com os dedos na mesa. Muitas pessoas que usam esse estilo de comunicação também sofrem de ansiedade e insônia. Na oratória, acabam usando linguagem ambígua e não são decisivas em suas respostas. 10 2.1.3 Manipulador O estilo de comunicação de um manipulador tende a ser estratégico, valorizando seu público por meio de palavras e frases precisas em um esforço para mostrar inteligência e cultura. Geralmente exagera ou distorce as informações fornecidas por outros, podendo repeti-las de forma distorcida ou descontextualizada, atendendo aos seus próprios interesses. Pessoas deste estilo frequentemente utilizam a simulação como instrumento para manipular os demais, seja negando fatos ou inventando histórias, ou cenários que os farão concordar com eles. É alguém que geralmente fala por meias-palavras, favorecendo a ambiguidade, muitas vezes utiliza a culpa do seu interlocutor como arma a seu favor, justamente para no futuro poder se valer dela. Também é comum este indivíduo explorar as tradições, convicções e os escrúpulos das pessoas, bem como realizar a chamada chantagem moral. 2.1.4 Assertivo A capacidade de expressar opiniões, desejos e sentimentos é o que define o comportamento de quem se comunica dessa forma. Além disso, aqueles que adotam esse estilo respeitam e apoiam as afirmações dos outros. O comunicador assertivo normalmente usa uma linguagem direta, visando oportunizar o diálogo e criar uma situação que beneficie todos os envolvidos. Eles são indivíduos que ouvem atentamente as opiniões dos outros e que podem expressar honestamente as suas. Conforme Rego, uma pessoa assertiva: [...] defende a esfera individual de forma direta, aberta e honesta, sem abusar da esfera individual do interlocutor. Baseia-se no princípio segundo o qual é incorreto violar os nossos próprios direitos, assim como os direitos dos outros em expressarem-se e serem tratados com dignidade e respeito (REGO, 2016, p. 328). Na maioria das vezes, são confiantes e decididos, preferem o diálogo e a negociação que geralmente resultam deles, do que a agressão ou mesmo a fuga, como fazem as pessoas de estilos diferentes. Habitualmente são respeitados pelos demais que os respeitam e consideram seu ponto de vista. 11 Apesar de buscarem o compromisso, os comunicadores assertivos conseguem assumir uma posição forte e sabem usar a palavra “não” quando necessário para proteger os interesses de seus representados. Pessoas com esse perfil constroem relações de confiança com a outra parte, o que pode levar a um relacionamento sólido e duradouro entre as partes após o término da negociação. Conforme Rego (2016, p. 313) “[...] o estilo de comunicação habitualmente considerado o mais desejável é o assertivo”. No entanto, a eficácia da comunicação, no sentido de obter melhores resultados em uma negociação, ainda depende da capacidade do indivíduo de adequar o seu estilo de acordo às circunstâncias que surgem (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). O indivíduo que é capaz de exercer, em momentos específicos, um pouco de cada um dos estilos de comunicação, obtém resultados mais satisfatórios em uma negociação. 3 FALAR EM PÚBLICO Fonte: thespeaker.com.br A exposição ao público é um dos maiores desafios para as pessoas, principalmente para quem não tem experiência dessa atividade. Requer mais do que ter conhecimento; deve-se também planejar e organizar a apresentação, bem como controlar, dominar as emoções e os fatores internos que possam influenciar na atividade oral. Além disso, é importante utilizar algumas técnicas de comunicação e os recursos audiovisuais (FRANÇA, 2015). 12 Construir um pequeno projeto ou plano que aborde perguntas-chave é o primeiro passo para quem deseja ter sucesso em qualquer apresentação. As respostas dessas perguntas são cruciais para alcançar o sucesso desejado: • Quem é o público-alvo da apresentação? O que você sabe sobre esse grupo? • Qual é o tema a ser apresentado? Qual enfoque desse tema é mais motivador e interessante para o público-alvo? • Quais são os objetivos dessa apresentação? • Qual é o tempo disponível para a exposição ou da sua fala? • Quando será o evento? • Em que local será realizado? E que infraestrutura dispõe para apresentações? • Na relação tempo x tema, como pretende desenvolver suas ideias? • Que recursos audiovisuais serão usados na apresentação? (FRANÇA, 2015, p. 138). Na produção desse projeto é fundamental explicar o que envolve cada etapa, para esclarecer o que cada pergunta precisa ter como resposta, para cumprir com o bom planejamento para o ato de falar em uma audiência. 3.1 Conhecer o público-alvo Trata-se de identificar para quem será feita a apresentação e adequar o vocabulário ao público. Para tanto, é necessário pesquisar e fazer um levantamento sobre o perfil dos ouvintes presentes no evento antes de pensar no tema e nas ideias. O sucesso depende da linguagem adequada ao nível cultural dos participantes. 3.2 Escolher o tema O orador deve escolher o tema que seja de seu domínio, pois ele precisa ter conhecimento amplo sobre o que será explanado, tanto em termos de fundamentação teórica do tema, quanto das práticas que deram origem ao estudo da temática. Com isso, é necessário ler estudar muito sobre o tema, estudar, com a finalidade de escolher a melhor abordagem a ser adotada, considerando as 13 características do público. Um tema pode ser abordado em vários enfoques, portanto, é indicado escolher aquele que mais interessa e motiva o público e é relevante para o apresentador. 3.3 Determinar objetivos Os objetivos são direcionamentos que devem ser alcançados através da apresentação. Estabelecer a intenção ao abordar esse tema é crucial. Pode-se motivar, persuadir, informar ou apresentar a solução de um problema, mas esses objetivos, mesmo que conjugados, devem ser previamente elaborados neste planejamento. O objetivo funciona como uma bússola para a apresentação. 3.4 Tempo disponível para a apresentação O tempo é um fator delimitador das ações a serem realizadas na apresentação ou em qualquer atividade oral. O horário previsto para a apresentação não pode ser ignorado, pois, se terminar antes ou ultrapassar, será notório a falta de planejamento e organização. Ao terminar no tempo hábil, mostrará ao público profissionalismo e dedicação ao evento oral realizado. 3.5 Data de realização do evento É preciso determinar com bastante observação a data para uma apresentação que deseja êxito. Embora, nem sempre o apresentador terá autonomia para escolher, mas quando houver a possibilidade, conforme França (2015), alguns fatores devem ser cuidadosamente considerados: • Não ser uma data anterior a um dia de feriado, pois o fato provoca diminuição do público presente ao evento; • Marcar com antecedência, para haver boa divulgação e preparação do orador; • Não ser coexistente a outro evento público que ocorra no mesmo dia (jogo de final de campeonato, atividade de trabalho, eventos sociais importantes etc.). Além de diminuir o público, coloca os participantes e o orador em situação de 14 estresse só pelo fato da locomoção e trânsito até chegar ao local do evento. 3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura O local para o evento interfere sobre a atividade. Conhecer o local com antecedência e atentar para a infraestrutura de apoio facilita ao orador e lhe permite planejar melhor a sua apresentação. O ambiente físico, os recursos audiovisuais disponíveis, a posição do público, incluindo se há ou não palco e púlpito, afetam como se deve posicionar frente ao público. O planejamento deve considerar os cenários ambientais, espaciais e logísticos da apresentação. 3.7 Desenvolver as ideias Segundo França (2015), as ideias devem ser organizadas dentro de uma estrutura lógica, cronológica e coerente, com a consideração básica do orador, naquilo que se chama de qualidade de estilo. Dessa forma, é essencial prestar atenção a três qualidades relevantes na estrutura das ideias: • Unidade e Concisão, uma só ideia predominante e delimitada no enfoque escolhido; • Coerência, relação entre a ideia principal e as ideias que decorrem dela, com comprovação e com argumentos; • Objetividade e Clareza, é preciso transmitir completamente a ideia, realizando a comunicação imediata sem redundâncias, de forma simples e direta. Fazer uma lista de tópicos com ideias sobre o que será dito em cada tópico e como ele se desenvolverá de forma lógica e significativa, facilita muito o trabalho do apresentador. Além disso, este guia de ideias pode ser usado para compor uma ficha que poderá ser usada durante o tempo da apresentação. Vale ressaltar que, apesar de em alguns casos se dispor de recursos tecnológicos, algumas vezes eles falham, necessitando usar apenas a guia como possibilidade de auxílio na hora do evento. Planejar as ideias a serem desenvolvidas e os argumentos a serem apresentados faz toda diferença ao falar em público. 15 3.8 Recursos audiovisuais Fonte: kingscomunicacao.com.br É necessário determinar os recursos que serão utilizados, e isso tem relação direta com a infraestrutura do local. Deve-se saber antecipadamente se o equipamento é apropriado ou não. Além disso, cada tipo de apresentação, requer o uso de um ou mais recursos (FRANÇA, 2015). Espera-se que o expositor utilize recursos visuais e/ou audiovisuais para facilitar sua comunicação com o público-alvo. O apresentador deve estar familiarizado com a operação do equipamento que terá à sua disposição, para evitar situações constrangedoras, por exemplo, quando o apresentador liga o Datashow e a imagem é projetada de forma inadequada ou retrocede os slides ao invés de avançá-los (CARMO; PRADO, 2005). Os slides da apresentação devem ser organizados de forma clara e objetiva, atentando para não exibir uma quantidade excessiva de informações na mesma tela e evitar qualquer tipo de conflito entre o que é dito e o que é projetado. O conteúdo da projeção precisa ser um auxiliar da exposição, não um concorrente. Da mesma forma, as dimensões e requisitos de iluminação do espaço onde será realizada a apresentação necessita ser considerado; isso ajudará decidir sobre especificidades como o tamanho do texto, das figuras e o esquema de cores a ser usado. Visto que nem sempre é possível obter tais informações antecipadamente, dispor de sugestões gerais é indicado (CARMO; PRADO, 2005). 16 Em relação ao uso de cores, é necessário um estudo de caso, pois depende do tipo de apresentação e da área. Se a apresentação for para um experimento científico, um contraste básico como preto e branco funcionará, mas se for para marketing ou promoção de produtos, um contraste de cores mais exóticas funcionará. No entanto, se for enfatizar o valor estético da apresentação usando cores, escolha as claras para o segundo plano e as escuras para o primeiro. Os recursos gráficos que incluem tipos diferentes de letras e outros elementos como efeitos 3D, sombreamento, conjuntos e formas geométricas requer moderação, escolha sempre a simplicidade e o bom senso ao aderir um padrão. É fundamental que a fala e o conteúdo que está sendo apresentado estejam sincronizados, pois é possível que ocorram projeções de informações que não tenham relação com o que está sendo apresentado, seja porque o apresentador simplesmente esqueceu de usar o auxílio visual ou porque a informação apropriada não foi projetada no momento certo. Provavelmente, esta dificuldade decorre de uma falta de planejamento adequado, da inabilidade do expositor, ou em razão do aparelho estar sendo operado por outra pessoa, sem um acerto prévio entre expositor e operador acerca dos detalhes da apresentação (CARMO; PRADO, 2005). Por mais clara que seja a exposição, a compreensão do ouvinte pode não corresponder exatamente ao que está sendo abordado. Isso é comum, portanto, lembre-se: clareza é imprescindível. Por isso, ao preparar uma apresentação, tente visualizar a expectativa do público. Isso poderá ajudar a prever possíveis dúvidas e dificuldades. 4 ORATÓRIA 17 Fonte: marketingdeautoridade.org A maneira como se expressa e comunica constrói a reputação do indivíduo, gera impressões e influência nas relações com os outros. Sobre o conceito de oratória argumenta Moreira: Parece clichê, mas não há conceito melhor para definir oratória como “a arte de falar em público”, primeiro, porque a oratória é composta de métodos de comunicação e linguagens (verbais e não verbais), segundo, porque envolve nesse processo a persuasão como um ponto central, e persuadir-se a si mesmo ou alguém, é um desafio, uma arte quase teatral, cheia de entonação, expressão, articulação, postura e empatia, sim, empatia, é preciso conhecer seu público, conectar-se a ele, criar laços afetivos, e para isso, ser carismático (MOREIRA, 2020, p.2). Falar em público corretamente e sem inibições requer a compreensão de como transmitir, comunicar e expressar adequadamente, sabe-se que o orador precisa adequar a mensagem aos interesses do público-alvo. Por esta razão, desenvolver a sensibilidade demanda habilidades e experiência de oratória (POLITO, 2015). A comunicação é o fator imprescindível para o exercício da função em qualquer área e está diretamente ligada ao sucesso ou insucesso da carreira escolhida. Saber o que e quando falar transmite sentidos muito mais avançados do que apenas expressar bem, inclui o poder de influenciar com as próprias ideias outras pessoas. A Comunicação ou o ato de comunicar-se bem é uma atribuição imprescindível para todos os profissionais em suas respectivas áreas de atuação, mas principalmente para o profissional de secretariado executivo, esse é um ato primordial e que deve ser executado com clareza por este profissional, que é um agente de relações públicas. Algumas pessoas acreditam que entendem tudo sobre comunicação pelo simples fato de a 18 praticarem, mas na verdade este processo que parece obvio é muito mais complexo do que se pensa. Comunicar-se bem exige esforços, para que se possa transmitir pensamentos, ideias e conhecimentos com clareza na organização (SOUZA, 2011, p.15). Na oratória é preciso atender o interesse do público, visando compreender a problemática do assunto discorrido, as razões históricas pelas quais geram curiosidades e levam o público a procurar uma prerrogativa essencialmente relevante para ‘comprar’ a ideia do orador. Sendo assim, a comunicação é fundamental para todas as carreiras. 4.1 Medo de falar em público O medo é a sensação que todo ser humano sente quando algo o ameaça, nota- se que está exposto a um fator desconhecido, proporciona um estado físico e psicológico de nervosismo e pavor perante algo que possa ser prejudicial, seja um medo real ou fruto da imaginação. Pode ser definido como a alteração psíquica que se manifesta no instinto de autopreservação e autodefesa. O mesmo tem a função moderadora de disciplinar as pessoas em seu ambiente social (TULLIO; DE BARROS; VALIGURA, 2016). Fonte: hipnosenapratica.com.br Nas áreas das comunicações, falar em público pode despertar muitas inibições causadas principalmente por sentimentos de inadequação e vergonha. Acrescentam- 19 se a isso os complexos de inferioridade ou de superioridade, o perfeccionismo exagerado, as inseguranças quanto à autoimagem, o medo da rejeição, a baixa estima, a preocupação excessiva com a crítica alheia, e pronto: está completo o bloqueio da comunicação. O medo proporciona submissão que impede a autoexpressão, calando a voz do emissor. A crítica é uma alimentadora do medo e muitas vezes é interpretada como algo negativo de caráter agressivo. Nessa perspectiva, entende-se que diante da plateia o orador é sempre julgado sobre suas ideias e conhecimentos que não atendem as expectativas dos ouvintes. No entanto, ser criticado não significa que o orador falhou; ele deve ter em mente a fonte primária dessa crítica e se ela tem fundamento ou não, pois sem argumentos não passará de uma opinião. Por exemplo, a crítica intelectual é baseada em conhecimentos somados da plateia; refere-se a algo quase sempre não observado pelo o orador, que deve ser investigado pelo mesmo, buscando entender seus aspectos construtivos, postos na perspectiva de um elemento para evolução do orador. Tornando-se, assim, uma maneira eficaz de subjugar obstáculo (TULLIO; DE BARROS; VALIGURA, 2016). Quando colocado em uma situação nova com muitas pessoas, faz parte da natureza humana sentir medo ou inibição. Surgem uma certa ansiedade que vem da perspectiva de iniciar uma ação inovadora diante do público. No entanto, é necessário controlar os excessos, pois a insegurança exagerada pode ter efeitos negativos em todos os aspectos da vida, principalmente nas atividades relacionadas ao trabalho ou estudo (FRANÇA, 2015). Falar em público é uma necessidade constante. Seja ao participar de uma reunião, fazer um relatório, apresentar um trabalho acadêmico ou fazer uma avaliação oral de uma disciplina, ou curso. Diante do exposto, sabe-se que falar em público é inevitável e, por isso, deve-se realizar da melhor forma possível. Segundo França (2015), em uma situação de estresse, o corpo só tem duas respostas possíveis: fugir ou lutar. Uma postura de luta deve ser imediata, pois falar com as pessoas é inevitável, e essa conscientização é muito importante. Há apenas uma opção: lutar, embora muitas reações aconteçam com o corpo devido o estresse. O controle dessas reações, somado aos outros elementos de planejamento de uma apresentação, é que transforma essa atividade oral em grande desafio. 20 Existem remédios que podem diminuir os efeitos de quem vai falar em público, até mesmo terapias, como a acupuntura emocional, mas o melhor mesmo é realizar essa luta em si mesmo e conquistar êxito para a batalha atual e as futuras. Além disso, é fundamental enfatizar que os medicamentos podem ter efeitos colaterais que pioram a atividade oral, como o bloqueio de ideias, trazer sono, dar fraqueza, etc. Abaixo segue algumas frases que constituem pensamentos que levam ao controle do medo: • “Sou capaz, pois estudei muito e tenho vivências, por isso, estou pronto para realizar essa atividade”. • “Tenho domínio sobre mim e sei perfeitamente que posso fazer o melhor, pois sou capaz”. • “Estou preparado tanto tecnicamente como psicologicamente para a apresentação”. • “Só tenho pensamentos positivos, e tudo vai dar certo, pois tenho domínio e sou capaz”. • “Sei bastante sobre o tema, e nenhum dos presentes conhece mais que eu sobre o assunto, sou capaz”. • “É necessário que eu fale em público e me saia bem, é fundamental para a minha vida pessoal e profissional” (FRANÇA, 2015, p. 142). Conforme estudos psicopedagógicos, a repetição é a chave para a aprendizagem; por isso, é fundamental repetir essas frases como pensamentos e, se necessário, como expressões verbalizadas para que as ideias se fixem. É crucial continuar, pois o medo é uma percepção que pode ser mudada (FRANÇA, 2015). 4.2 Lidando com o nervosismo Em vez de tentar eliminar todo e qualquer traço de medo de falar em público, o indicado é procurar transformá-lo de uma força negativa em uma potência que especialistas chamam de nervosismo positivo, onde a sensaçao de nervosismo pode se dar como uma experiência de sentimentos prazerosos, entusiásticos e animados, acompanhado de uma ligeira agitação. Continua sendo nervosismo, mas a sensação 21 é diferente, porque não é mais vitimado por ele; ao contrário, é vitalizado por ele (LUCAS, 2013). Não assuma que tem medo de falar em público. Em vez disso, conceba como “instigação” ou “entusiasmo”, isso pode ajudar a concentrar e revigorar da mesma maneira que ajuda atletas, músicos e outros a se prepararem para um jogo ou um concerto. Conforme Lucas (2013, p. 30-33), existe seis métodos consagrados para transformar a força negativa do nervosismo em positiva: • Adquira experiência em oratória; • Prepare-se; outra maneira de ganhar confiança é escolher temas para palestrar pelos quais tem de fato interesse e, em seguida, prepará-los meticulosamente, para que assim o êxito seja garantido. • Pense de forma positiva; a confiança é o poder mais conhecido do pensamento positivo. • Utilize o poder da visualização; está intimamente relacionada com o pensamento positivo. Ela é utilizada por atletas, músicos, atores, oradores e outras pessoas para melhorar o desempenho em situações estressantes. • Grande parte do nervosismo não é visível; muitos oradores principiantes temem que o público perceba. É difícil falar com equilíbrio e confiança quando reconhece que está tenso e inseguro. Uma das constatações mais valiosas que terá ao longo de sua trajetória como palestrante é que apenas uma fração da ansiedade sentida internamente se evidencia de forma externa. • Não espere perfeição; talvez também ajude saber que não existe discurso perfeito. Até certo ponto, em toda apresentação, o orador diz ou faz alguma coisa que não sai exatamente como ele planejou. Felizmente, esses momentos não costumam ser visíveis para o público. Porque o espectador não sabe o que o orador pretende dizer. Ele ouve apenas o que é falado. Ao elaborar uma apresentação oral, procure prepará-la minuciosamente e fazer todo o possível para que a mensagem transmitida chegue aos ouvintes como esperado. No entanto, não fique ansioso com relação a ser perfeito ou com o que 22 ocorrerá se cometer um erro. Assim a mente é aliviada desses fardos, será bem mais fácil encarar as apresentações com confiança e, até mesmo, com entusiasmo. Para lidar com o nervosismo em suas primeiras apresentações, é importante: • Estar em sua melhor forma física e mental. Não é aconselhável ficar até as três horas da madrugada festejando com amigos ou estudar impacientemente para uma prova antes de uma apresentação. O mais apropriado é ter uma boa noite de sono. • Enquanto aguarda o momento de se apresentar, contrair e relaxar calmamente os músculos das pernas ou apertar as mãos uma contra a outra, soltando-as em seguida, são procedimentos que ajudam a diminuir a tensão porque dão vazão ao excesso de adrenalina. • Antes de começar a falar, respire lenta e profundamente algumas vezes. Quando as pessoas estão tensas, elas costumam fazer uma respiração curta e superficial, e isso aumenta a ansiedade. A respiração profunda interrompe esse ciclo de tensão e ajuda a aliviar o nervosismo. • Dedique-se especialmente à introdução. Pesquisas demonstram que o nível de ansiedade do orador começa a diminuir de forma significativa após os primeiros 30 a 60 segundos de uma apresentação. Assim que passar da introdução, provavelmente prosseguirá sem dificuldades no restante do caminho. • Faça contato visual com os ouvintes. Lembre-se de que eles são indivíduos, e não uma massa disforme e sem rosto. • Preocupe-se em se comunicar com os ouvintes, e não com seu medo de falar em público. Ao se envolver com o que está falando, o público também se envolverá. • Utilize recursos visuais. Eles geram interesse, tirando o palestrante do centro das atenções e ajudando diminuir o constrangimento (LUCAS, 2013, p. 34). 4.3 Comunicação clara, objetiva Clareza, objetividade, entusiasmo e espontaneidade são pré-requisitos básicos para um bom orador que venha traduzir de forma simples e ordenada a mensagem a ser passada. Segundo, Bezerra (2012) a credibilidade; a voz; o vocabulário; a 23 expressão corporal e a aparência também são fatores importantes. Alguns requisitos que diferencia um bom orador: • Expressões faciais e os gestos. • Volume, ritmo e inflexão da voz. • A clareza e objetividade do texto. • Interação com o público alvo. • Utilização de recursos audiovisuais e como eles complementam o que está sendo dito através da voz. • Os recursos utilizados para prender a atenção dos telespectadores. • Improvisação de maneira previamente pensada, fato que pode ser comprovado em jornais reconhecidos. • Vestimenta adequada. Ao fazer uma apresentação, a ansiedade é inevitável, mesmo os apresentadores experientes podem sentir desconforto, suar frio e ficar apreensivos. É uma reação perfeitamente natural face a uma situação aparentemente ameaçadora. Estar perante o que considera ser uma ameaça libera adrenalina, dilata as pupilas, torna os músculos tensos e provoca uma resposta de “fugir ou lutar”. Os bons apresentadores tendem a concentrar-se no que pode correr bem, nos aspectos favoráveis da sua mensagem e de que forma podem usá-la a favor da apresentação. Assim que detectam uma resposta positiva dos seus ouvintes, usam essa percepção para reforçar a sua autoconfiança, segurança, e acreditam que serão bem-sucedidos. 4.4 Fala verbal e corporal Conforme Servilha e Costa (2015), como o próprio nome diz, comunicação verbal é realizada através da voz, enquanto a linguagem corporal é feita por intermédio do corpo, utilizando gestos, posturas, mãos, olhares, roupas, etc. As principais funções são: 24 • Voz: é fundamental na comunicação verbal, podendo ser grave, média ou aguda. O ritmo pode ser lento, normal ou rápido. • Olhar: cria uma ligação entre o comunicador e os seus ouvintes, podendo sensibilizar, agredir, comover, passar confiança, simpatia, etc. • Gestos: ampliam o poder da palavra, facilitando o entendimento da mensagem. Durante uma apresentação, evitar fazer gestos abaixo da linha da cintura ou em demasia, pois tiram a força da comunicação. • Mãos: devem ficar abaixadas, ao longo do corpo ou em forma de “conchas”, até necessitar das mesmas para criar gestos. • Postura corporal: ao falar em pé, o corpo deve estar ereto e o peso dividido entre as duas pernas. • Roupas: vestir-se de maneira adequada ao seu público. A linguagem corporal e verbal de uma pessoa deve transmitir credibilidade ao ouvinte, ao mesmo tempo em que combinam com o código de vestimenta de sua profissão e a postura a ser adotada. Uma função de voz apropriada apoia a comunicação eficaz, a autoestima e promove as habilidades de aprendizagem. Considerando-se que a exposição oral tem sido a estratégia didática mais utilizada em sala de aula, o que eleva a demanda vocal é imprescindível que a voz seja inteligível, acessível, motivadora, assertiva e eficaz. Isso porque a capacidade de manter a atenção dos ouvintes pode ser impactada negativamente pela monotonia da voz, fraqueza ou tensão sistemática, bem como por qualquer desvio da velocidade ou fluência da fala. Como resultado, a voz é extremamente exigente em termos de comunicação, e seu bom funcionamento é requisito básico para a profissão (SERVILHA; COSTA, 2015). 4.5 Cuidados com a voz A voz é uma ferramenta crucial para preparadores físicos de futebol, oradores e outros profissionais. Essas profissões enfrentam altas demandas de uso vocal em situações que causam emoções intensas, pressão, ansiedade e estresse. 25 Os oradores persuasivos ajustam a voz para que ela seja ouvida claramente por toda a plateia. Além disso, adotam uma postura mais ereta e evitam maneirismos e hábitos verbais que provocam distrações (LUCAS, 2013). A voz existe pelo desejo que o ser humano possui de verbalizar pensamentos, opiniões e emoções, sendo parte integrante da identidade. É uma das extensões mais fortes da personalidade, muitas vezes é possível reconhecer alguém apenas pela voz. A voz transmite simpatia, ansiedade, tensão, emoção, inclusive a idade e experiência de vida. O uso inadequado pode resultar em disfonia, que é um sintoma de dificuldade na emissão normal da voz, podendo causar alterações nas cordas vocais (hiperemia, edema, nódulo, pólipo, etc.). Voz é metáfora da expressão. Quer ser aqui um pensamento que adquira sua expressão (não concordância, nem mero acordo), pela sensibilização das palavras pela voz. A voz não é algo dado, mas algo que dever ser produzido. Ela equivale à entrada do corpo na política. É por que me expresso por meio de minha voz que alcanço o outro, que estabeleço com ele um laço. Todo laço, toda relação é política, em seu melhor sentido, toda antirrelação é destrutiva da política (TIBURI, 2016, p. 47- 48). Segundo Matuck e da Silva (2005), o equilíbrio entre os parâmetros vocais, são aqueles representados pelas qualidades vocais e consistem em: ressonância, tipo de voz, intensidade, frequência, articulação, velocidade de fala, pronúncia e aspectos relacionados à emissão, é necessário para uma produção vocal adequada. Esse equilíbrio nem sempre existe e é responsável por características como rouquidão, ansiedade, tensão, entre outras, que podem ser detectadas tanto na voz de um adulto quanto de uma criança. O posicionamento correto da respiração, sem tensão ou relaxamento das cordas vocais, é necessário para produzir a voz corretamente. Estas devem ter uma tonicidade "ideal" para que sua movimentação ocorra normalmente. A respiração deverá ter uma coordenação entre inspiração e expiração, coordenação fonorespiratória, movimentos livres da musculatura da região torácica e do músculo diafragmático. Uma respiração ideal provoca o alargamento da base dos pulmões, permitindo maior entrada de ar e menor contração da musculatura torácica, pescoço e parte inferior da face (mandíbula e língua) (MATUCK; DA SILVA, 2005). 26 4.6 Falhas de linguagem Fonte: alunosonline.uol.com.br Segundo Brasileiro (2016), os vícios linguísticos são desvios das normas da língua padrão, provocados pela falta de conhecimento por parte do falante. Os vícios de linguagem se classificam em: • Barbarismo: desvio da norma quanto à grafia, pronúncia, morfologia, semântica e todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por diversos autores, barbarismo. • Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser usadas. • Neologismo: emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo idioma. • Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação. • Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação. • Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase. • Eco: ocorrência de terminações iguais. • Pleonasmo: redundância desnecessária de informação. 27 Segundo Brasileiro (2016), vícios linguísticos são notórios por serem desagradáveis, podem ser descobertos na fala e, em casos mais graves, na escrita. “Tipo assim”, " meio que" e " cara " são alguns cacoetes de linguagem frequentemente ouvidos na fala. Essa forma de raciocínio geralmente aparece fora de contexto e sem significado, ou seja, estão presentes na frase, mas não possuem formalmente nenhum valor linguístico. Em alguns casos, os cacoetes de linguagem são vistos como “trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante. Mas, na maioria das vezes, eles entram em foco naturalmente, agindo como uma espécie de mecanismo de autocorrelação de fala. Vale salientar que os diversos aspectos, como as variações linguísticas, a influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação devem ser observados. O objetivo principal da linguagem é facilitar as interações sociais e a compreensão. É fundamental se adequar aos tipos de linguagem de acordo com o contexto comunicacional e ser poliglota em seu próprio idioma. 4.7 Comunicação em reuniões empresariais É imprescindível a importância das reuniões no mundo dos negócios e o quanto elas podem ser úteis para o cotidiano das empresas. Conforme Carmo e Prado (2005) ao solicitar uma apresentação durante a reunião, alguns conceitos devem ser abordados. A duração da apresentação deve seguir as normas previamente definidas para o evento, evitando extrapolar o tempo previsto, para não prejudicar a exposição dos demais apresentadores. O olhar deverá ser direcionado ao público, não se prendendo apenas à uma pessoa, ao contrário, deverá percorrer toda a plateia. A Concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram). Regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme). Colocação: Me empresta o carro? (Em vez de empresta-me). 28 altura da voz precisará ser adequada às dimensões do ambiente, ao número de pessoas na audiência e a acústica do ambiente. É importante atentar para a postura adequada nas reuniões, bem como a pronúncia das palavras, respiração, gestos, contato visual, entre outros, e até mesmo as pausas que permitem a reflexão e a reprodução de ideias em resposta ao que está sendo apresentado. O discurso deve identificar as partes e atuar como um facilitador para a transmissão de argumentos por meio de roteiros previamente organizados. O profissional proficiente em todas as formas de expressão, seja verbal ou escrita, é mais interessante para a empresa do que um membro da equipe que apenas domina a oratória. No ambiente empresarial, a comunicação é o que acontece entre uma organização e o mercado, fornecedores, concorrentes, consumidores, entre outros. É um componente crucial desse relacionamento, pois, mais do que um processo, é a base das relações interpessoais. Assim, a comunicação empresarial é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e crescimento das organizações e, se for eficaz, pode produzir resultados relevantes para o resultado final da organização. Portanto, a capacidade de se comunicar efetivamente é um pré-requisito para gerentes, supervisores e líderes no desempenho de suas funções. Isso significa que, para realizar suas tarefas de planejamento, organização, direção e controle, bem como seus processos interpessoais, informacionais e decisórios, esses profissionais devem possuir habilidades de comunicação efetivas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). 29 5 MARKETING PESSOAL Fonte: portalolhardinamico.com.br Conforme Rizzo (2015), no mundo globalizado o processo de mudança e adaptação é constante, dada a sensação de redução de espaço e tempo e a aproximação e contato com outras culturas desperta novas expectativas e necessidades, fazendo com que as organizações se preocupem em manter ou criar vantagens competitivas. Nesse grande desafio de desenvolvimento de ideias e inovações que estejam em consonância com a modernidade, o profissional tem por obrigação situar-se com as características voltadas para este contexto, buscando por informações e capacitações. Por isso o marketing pessoal se torna um requisito chave para alcançar boas colocações. Segundo Kotler (2003, p. 91), o marketing pessoal é: “[...] uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura”. Em outras palavras, é possível dizer o marketing pessoal implica dar valor à própria imagem. Muito mais do que autopromoção, é um conjunto de ações e atitudes que vão ajudar as pessoas a verem o profissional com muito mais respeito. […] conjunto de ações planejadas que facilitam a obtenção de sucesso pessoal e profissional, seja para conquistar uma nova posição no mercado de trabalho, seja para manter sua posição atual. Essas ações compreendem não só a divulgação de uma melhor imagem de nós mesmos, mas também o 30 aprimoramento de nossas deficiências e o investimento em nossas qualidades (Ritossa, 2009, p. 17). A velocidade das ações indica uma diminuição acentuada do ciclo de vida das coisas como um elemento útil e contemporâneo. Hoje a permanência de um produto no mercado é instável, pois cada vez mais as pessoas procuram sanar suas carências e necessidades encontradas no dia a dia e facilitar seu serviço, assim o profissional tem que buscar atender essas prioridades. Tal como acontece com as marcas, as pessoas cada vez mais fazem jus à reputação que têm nos mercados em que atuam. Posto isto, é fundamental que essa imagem seja associada a algo positivo na mente das pessoas, de forma que, se um atributo é considerado relevante para uma função específica e o indivíduo não o desenvolveu, é recomendável que ele trabalhe para fazê-lo, em vez de apenas afirmar que o tem. O marketing pessoal tem como objetivo construir uma imagem positiva do indivíduo, incentivando as pessoas a apoiar as ideias apresentadas por eles, seja oferecendo-lhe um cargo, uma promoção ou, fechando um negócio. Este resultado é alcançável utilizando adequadamente as estratégias de marketing pessoal necessárias. Com pesquisa, planejamento, e utilizando os argumentos adequados é possível que o indivíduo desenvolva uma imagem coerente e consistente, para a qual as pessoas à sua volta façam associações psicológicas positivas. Desse modo, obtém-se a visibilidade necessária para que o indivíduo se torne uma referência em seu ambiente e assim possa influenciar e participar dos projetos de vida das pessoas (DOIN, 2007). 5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal Conforme Kotler (2000), o marketing pessoal utiliza as ferramentas tradicionais de marketing para beneficiar a carreira e a vida particular das pessoas, valorizando o ser humano em todos as suas qualidades, estrutura e características. O reconhecimento dos atributos de um indivíduo é, portanto, um dos principais componentes da marca pessoal. 31 5.1.1 Imagem pessoal A apresentação pessoal é um cartão de visita. Os profissionais que exploram a aparência de maneira correta promovem a valorização da imagem profissional. No mercado de trabalho, uma das características mais marcantes de uma pessoa é a aparência: entre dois candidatos com igual qualificação, sem dúvida, a vaga ficará com aquele com a aparência mais bem cuidada (PALMEIRA, 2014). Mesmo que a empresa tenha um ambiente organizacional mais descontraído existem cuidados que devem ser mantidos. Nessas horas, vale o bom senso de compreender onde está. Além disso, não é necessário comprar roupas grife para trabalhar o marketing pessoal, mas, sim, tomar cuidado com a linguagem corporal, pois o comportamento transmite a mensagem que deseja passar para os outros. Para os homens, manter barba bem aparada, e para as mulheres, usar roupas sem muito decote (SBCOACHING, 2018). 5.1.2 Linguagem corporal O corpo expressa mais do que se pode imaginar. Inconscientemente, as pessoas usam a linguagem não verbal conhecida como linguagem corporal para comunicar ou expressar suas emoções. A partir da linguagem corporal, é possível reconhecer ansiedade, insegurança e fobia, que, muitas vezes não são expressas em palavras. 5.1.3 Vestimenta Um componente relevante do marketing pessoal é vestir-se adequadamente com a ocasião e as exigências da profissão. Visto que cada circunstância tem características próprias, o objetivo deve ser vestir da melhor forma possível para cada momento específico. Por exemplo, em muitos casos, o salto é importante, mas há ocasiões em que ele pode atrapalhar. Como tal, a imagem deve estar baseada em quatro princípios: • Equilíbrio: sem excessos; 32 • Bom senso; • Adequação: a roupa e os acessórios devem estar adequados ao lugar e às circunstâncias; • Elegância: não é questão de vestir roupas de grifes, mas de saber comportar- se de acordo com a ocasião. 5.1.4 Posturas corporais Cruzar os braços ao conversar transmite a imagem de uma pessoa que está na defensiva. As mãos na cintura mostram falta de classe, nos bolsos demonstram insegurança e timidez. Sentar na ponta da cadeira gera a impressão de querer encerrar a conversa. Além disso, é importante evitar balançar os pés, pois demonstra impaciência. 5.1.5 As maneiras de olhar Os olhos são as janelas do corpo e podem transmitir uma variedade de emoções, incluindo felicidade, medo, tristeza, preocupação, raiva e motivação. Especialistas em comportamento humano podem dizer quem está mentindo apenas observando a expressão do olhar. Ao falar com alguém, o olhar deve estar voltado em sua direção, pois quem não o faz pode dar a entender que mentindo ou inseguro. Outras inconveniências em relação ao contato visual incluem o uso de lentes escuras em ambientes fechados e olhar uma pessoa da cabeça aos pés, demonstrando grosseria e falta de respeito. 5.2 Networking Há algumas décadas, boa parte dos profissionais permaneciam toda ou quase toda, a sua carreira profissional na mesma empresa. O emprego das pessoas era mais estável e havia mais preocupação com a produção do que com as relações interpessoais. 33 Atualmente, os profissionais estão com as suas carreiras mais dinâmicas. É difícil para um profissional trabalhar em apenas uma empresa durante toda a sua carreira, destacando assim a necessidade do networking. Trabalhar e ampliar a rede de relacionamentos é uma dica fundamental, onde conseguir bons trabalhos, exige a quebra de paradigmas e uma boa estratégia de marketing pessoal. Vale ressaltar alguns pontos para pensar sobre networking para o mercado de trabalho: • Estima-se que 70% dos empregos disponíveis não são anunciados em qualquer tipo de mídia. São anunciados internamente nas empresas ou preenchidos por conhecidos dos funcionários da empresa. A possibilidade de conseguir um emprego por meio de anúncios de vagas é de apenas 7%. • As empresas que anunciam para os funcionários recebem tantos pedidos que é praticamente impossível analisar todos os candidatos. Segundo pesquisa feita no site vagas.com, a média de candidatos por vaga para o cargo de administrador é de 500 inscritos por vaga. Devido à alta demanda, as empresas acabam contratando especialistas em seleção e recrutamento que escolhem os candidatos com base em especificações extremamente rígidas. Portanto, o networking é a maneira mais eficaz de procurar novas oportunidades de trabalho. Além disso, essa rede de conexões precisa ser configurada o mais rápido possível, principalmente enquanto a pessoa ainda estiver empregada. Para Passos e Najjar (1999), é importante trabalhar as competências relacionadas ao networking como: • Pensamento sistêmico, visão do todo; • Capacidade de criar e manter relacionamentos interpessoais de qualidade; • Capacidade de buscar informações e rapidamente processá-las, transformando-as em conhecimento e gerando resultados. • Flexibilidade e rapidez de raciocínio. 5.2.1 Elaborando networking Para elaborar um networking é necessário: 34 • Fazer um exercício de brainstorming listando os nomes, sem crítica e sem se importar com a origem e os eventuais benefícios que o nome possa vir a trazer. • Iniciar uma triagem dos contatos e relacionar os que são mais prováveis de auxiliá-lo profissionalmente, atualmente ou no futuro. • Analisar a listagem observando o seguinte: A quantidade de contatos é razoável? Sua rede precisa ser ampliada? Os contatos existentes podem ajudá-los profissionalmente? Como manter a rede ativa? Algumas sugestões incluem ligar pelo menos uma vez por mês, enviar mensagens sobre temas de interesses das pessoas (evitando, excessos), convidar as pessoas para eventos sociais e/ou profissionais e enviar cumprimentos em datas específicas. 5.2.2 Formas de expandir o networking • Participe de congressos, seminários, feiras, cursos e ações de formação. Nesses tipos de evento, costumam estar presentes pessoas que são referência na sua área de interesse. Um bom momento de aproximação é na hora do “coffee break” do evento, em que as pessoas estão mais à vontade para conversar. • Participe dos eventos da empresa, que são importantes momentos para conhecer pessoas de diferentes cargos e áreas da organização. • Esteja conectado nas mídias sociais. Gostando ou não, as redes sociais vieram para ficar e permitem reencontrar pessoas e expandir a rede de contatos. Dependendo do objetivo, vale a pena investir mais profundamente nas redes sociais para expandir o marketing pessoal. • Sempre que possível, participe de projetos de voluntariado. • Faça parte de associações profissionais da área de atuação. 35 5.3 Autopromoção É de suma importância, sempre que possível, expor suas habilidades, pois qualquer produto necessita de propaganda, e isso não poderia ser diferente na área profissional. Assim, é possível criar fatos que virem notícias e divulgá-las, estar sempre presente, visível e acessível com o mundo, com as pessoas, sem esquecer de que tudo deve ser feito com moderação e bom senso. Mas cuidado: exageros na autopromoção devem ser evitados. Para receber os benefícios almejados, a autopromoção precisa ser realizada da forma correta, já que fazer esse trabalho da maneira errada pode prejudicar a imagem e dificultar o crescimento. Por isso, recomenda-se traçar um plano com objetivos bem definidos. Cada profissional deve saber a melhor forma de vender seu próprio trabalho, e isso vai além de simplesmente dizer qual é a profissão. Assim, é necessário pensar naquilo que o diferencia dos demais e, a partir disso, elaborar um resumo daquilo que há de mais valioso no seu trabalho. Deve-se tomar cuidado para usar termos que realmente chamem atenção para o seu valor e, a partir do resumo, elaborar um “Pitch”, que é uma apresentação rápida, em torno de 3 minutos, das características pessoais mais relevantes e das principais atividades profissionais que já realizou. Para praticar a autopromoção, é necessário pensar como se fosse um produto. Para isso, um dos aspectos fundamentais é a escolha dos canais de comunicação que serão utilizados: “in loco” no trabalho, na faculdade, na associação de moradores, em plataformas como Facebook, Youtube, blogs, entre outros canais, deve-se escolher aquelas que têm identificação com o seu público-alvo. Ultimamente, muitas pessoas têm optado por fazer sua autopromoção exclusivamente nas mídias sociais de forma, muitas vezes, exaustiva e, em alguns casos, de forma muito diferente do que corresponde à realidade. Um exercício fundamental para que a autopromoção seja eficaz é aprender a lidar com as críticas e, nesse sentido, não aceitar críticas pode ser prejudicial para o marketing pessoal. Assim, é preciso encarar cada feedback negativo como possibilidade de melhorar. Caso seja um comentário grosseiro e ofensivo, deve-se manter a calma e a compostura e seguir o caminho. 36 Assim, o marketing pessoal está ligado às ações e, portanto, é necessário cultivá-las, tendo em mente a credibilidade no mercado em que atua. Além de evitar envolver-se em confusões, também é importante participar de boas ações, como projetos sociais, mas cabe ressaltar que a aproximação deve ser por vontade própria, estando a autopromoção em segundo plano. 5.4 Conduta ética Não adianta saber “se vender” bem se não se tem valores e princípios éticos. É importante lembrar que o indivíduo é um reflexo do que faz, e, do mesmo modo que observa os comportamentos dos outros, também será observado. Logo, a ética deve ser entendida como um conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular o costume, a moral e a conduta das pessoas. “Cada cidadão deve ter ações e atitudes éticas na sua atividade profissional, pois cada indivíduo é responsável por contribuir positivamente para a construção de uma sociedade dentro dos princípios éticos” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019). O caráter e a conduta ética do profissional são tão importantes quanto suas habilidades e competências profissionais, e a discrição, a honestidade e o equilíbrio emocional são qualidades muito valorizadas pelas instituições. Assim, a conduta e a ética são ações de marketing pessoal utilizadas para formar um profissional de sucesso (SANTOS, 2002). 5.5 Habilidade para falar em público Enfim, sabe-se que falar em público é um dos maiores desafios enfrentados diariamente. Onde o medo de expor é algo normal e recorrente, o que, às vezes, dificulta a vida profissional das pessoas. Em um mundo competitivo, esse medo pode causar sérios danos. O aumento da competitividade mundial faz com que as pessoas busquem melhorar seu desempenho em suas profissões, gerando profissionais mais competentes e bem preparados. Nessa busca por ser “o melhor”, está a capacidade de expressão e de falar em público, considerada uma competência essencial no marketing pessoal. Se as competências, ou seja, a soma de conhecimentos, habilidades e atitudes, forem fracas em comunicação, a vida pessoal ou empresarial 37 pode sofrer grandes prejuízos, pois uma apresentação inadequada pode causar danos ao marketing pessoal (PALMEIRA, 2014). 38 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, A. M. Curso de Oratória A Arte de Falar em Público ou a Habilidade de Falar em Público, Fortaleza, 2012. BRASILEIRO, A. M. M. Leitura e produção textual. 1.ed. Porto Alegre: Penso, 2016. CARMO, J. S.; PRADO, P. S. T. Apresentação de trabalho em eventos científicos: comunicação oral e painéis. Interação em Psicologia, jun. 2005, (9)1, p. 131-142. DOIN, E. O marketing pessoal na sua trajetória profissional. Boletim de Informações Gerenciais da Justiça Federal, n. 14, 2007. FERREIRA, P. I.; MALHEIROS, G. Comunicação empresarial: planejamento, aplicação e resultados. São Paulo: Atlas, 2016. FRANÇA, A. S. Comunicação Oral nas Empresas: como falar bem e em público. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2015. HODGE, C.; PADERSON, J. A.; WALKER, M. Como você "gosta" do meu estilo? Examinando como o estilo de comunicação influencia os comportamentos do Facebook. International Journal of Sport Communication, v. 8, n. 3, p. 276–292, 2015. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip. Marketing de A conseguem construir Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. 3. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. LUCAS, S. E. A arte de falar em público. 11.ed. Porto alegre: Amgh, 2013. MATUCK, G. R; DA SILVA, J. D. S. Processamento de sinais de voz padrões comportamentais por redes neurais artificiais. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, p. 56, 2005. MOREIRA, M. M. Técnicas de oratória e o trabalho cotidiano de professores: Uma reflexão sobre as formas de comunicação em sala de aula. Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação (EIGEDIN), v. 4, n. 1, 2020. PALMEIRA, R. Etiqueta empresarial e marketing pessoal. Rio de Janeiro: Alta books, 2014. PASSOS, A.; NAJJAR, E. R. Carreira e marketing pessoal: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: Negócio, 1999. PENTEADO, J. R W. A Técnica da Comunicação Humana. 14.ed. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2012. 39 PIMENTEL, M. O.; RODRIGUES, F. C. Manual prático de comunicação organizacional. 2. ed. Curitiba: Intersaberes, 2018. POLITO, R. Como falar corretamente e sem inibições. 111a ed. São Paulo: Saraiva; 2015. PORTAL EDUCAÇÃO. Postura e conduta profissional. São Paulo, 2019. REGO, A. Comunicação pessoal e organizacional: teoria e prática. 4.ed. Lisboa: Sílabo, 2016. RITOSSA, C. M. Marketing pessoal: quando o produto é você. 1.ed. Curitiba: IBPEX, 2009. RIZZO, Cl. Marketing pessoal: no contexto pós-moderno. 3.ed. São Paulo: Trevisan, 2014. SANTOS, L. Marketing pessoal e sucesso profissional. Campo Grande: UCDB, 2002. SBCOACHING. Marketing pessoal: o que é, importância, dicas e exemplos. São Paulo, 2018. SERVILHA, E. A. M; COSTA, A. T. F. da. Conhecimento vocal e a importância da voz como recurso pedagógico na perspectiva de professores universitários. Rev. CEFAC, v. 17, n. 1, p. 13-26, 2015. SOUZA, E. S. Comunicação e oratória no ambiente de trabalho do profissional de secretariado executivo. Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Fortaleza-CE, 2011. TIBURI, Márcia. Filosofia em comum: para ler-junto. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2016. TULLIO, C. M; DE BARROS, G. J. X; VALIGURA, T. Oratória: vencendo o medo de falar em público. Secretariado em revista, p. 81, 2016.
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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 COMUNICAÇÃO ........................................................................................ 5 2.1 Estilos de comunicação ........................................................................ 8 2.1.1 Agressivo ........................................................................................ 8 2.1.2 Passivo ........................................................................................... 9 2.1.3 Manipulador .................................................................................. 10 2.1.4 Assertivo ....................................................................................... 10 3 FALAR EM PÚBLICO .............................................................................. 11 3.1 Conhecer o público-alvo ..................................................................... 12 3.2 Escolher o tema ................................................................................. 12 3.3 Determinar objetivos........................................................................... 13 3.4 Tempo disponível para a apresentação ............................................. 13 3.5 Data de realização do evento ............................................................. 13 3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura ....................................... 14 3.7 Desenvolver as ideias ........................................................................ 14 3.8 Recursos audiovisuais........................................................................ 15 4 ORATÓRIA ............................................................................................... 16 4.1 Medo de falar em público ................................................................... 18 4.2 Lidando com o nervosismo ................................................................. 20 4.3 Comunicação clara, objetiva .............................................................. 22 4.4 Fala verbal e corporal ......................................................................... 23 4.5 Cuidados com a voz ........................................................................... 24 4.6 Falhas de linguagem .......................................................................... 26 4.7 Comunicação em reuniões empresariais ........................................... 27 5 MARKETING PESSOAL .......................................................................... 29 3 5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal ............................... 30 5.1.1 Imagem pessoal ........................................................................... 31 5.1.2 Linguagem corporal ...................................................................... 31 5.1.3 Vestimenta ................................................................................... 31 5.1.4 Posturas corporais ....................................................................... 32 5.1.5 As maneiras de olhar.................................................................... 32 5.2 Networking ......................................................................................... 32 5.2.1 Elaborando networking ................................................................. 33 5.2.2 Formas de expandir o networking ................................................ 34 5.3 Autopromoção .................................................................................... 35 5.4 Conduta ética ..................................................................................... 36 5.5 Habilidade para falar em público ........................................................ 36 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 38 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 COMUNICAÇÃO Fonte: politize.com.br A boa comunicação é uma das habilidades mais valorizadas e admiradas no mundo dos negócios e também uma das mais úteis na vida social. Trata-se, portanto, de uma habilidade crucial no âmbito das organizações. As pessoas que conseguem comunicar efetivamente se destacam em seus campos de atuação, seja por suas capacidades de se expressarem adequadamente para que os outros as conheçam melhor ou por conseguirem influenciar ideias e comportamentos por meio da utilização adequada de palavras. Comunicar bem é algo que pode ser aprendido, desenvolvido e aprimorado, conforme necessidades e objetivos delimitados. Existem técnicas e conhecimentos que podem ser úteis nesse sentido. Eis, um dos objetivos da nossa exposição: oportunizar ao estudante o conhecimento de técnicas e dispositivos teóricos que possam iniciá-lo na tarefa necessária e fundamental da busca da boa comunicação. Assim, começaremos por observar o que significa o ato de comunicar e como ele se constitui como fenômeno fundamental da existência humana. Penteado (2012) explica que a palavra comunicar: [...] vem do latim “communicare” com a significação de “pôr em comum”. Comunicação é convivência. Está na raiz de comunidade, agrupamento caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos indivíduos. Consenso quer dizer acordo, consentimento, e tal acepção supõe a existência de um fator decisivo na Comunicação humana: a compreensão 6 que ela exige, para que se possam colocar, em “comum”, ideias, imagens e experiências. A Comunicação humana, portanto, por meio da compreensão, põe ideias “em comum”. Seu grande objetivo é o entendimento entre os homens. Para que exista entendimento, é necessário que os indivíduos que se comunicam se compreendam mutuamente (PENTEADO, 2012, p.1). O autor acrescenta que a comunicação só existe quando o interlocutor é capaz de compreender o significado dos sons articulados, associando-o com sua experiência anterior. Para isso, é necessário que os símbolos, no caso os sons, tenham significação comum para os indivíduos envolvidos, que são “o emissor, ou destinador, ou remetente, ou enunciador, ou codificador e o receptor, ou destinatário, ou ouvinte, ou enunciatário, ou decodificador” (PENTEADO, 2012, p.1) Observe o processo de comunicação na (Figura 1). Figura 1 - Processo de comunicação Fonte: Penteado, 2012 A comunicação é uma necessidade humana desde os primórdios da civilização. No entanto, com o passar do tempo, a comunicação deixou de ter uma conotação apenas de socialização e compartilhamento de impressões e percepções dentro de um grupo. No mundo moderno, à medida que o capitalismo se desenvolveu, ela passou a ser uma atribuição importante também nas relações comerciais. Nesse contexto, a comunicação é um componente essencial. Saber conduzir uma apresentação de forma didática e clara, transmitir seu ponto de vista a um grupo EMISSOR RECEPTOR Comunicação VERBAL Comunicação NÃO-VERBAL 7 sem deixá-lo desconfortável, obter parcerias e motivações são aspectos cruciais para uma organização onde os processos de comunicação exercem função fundamental. Assim, conhecer os elementos determinantes para uma boa comunicação é fundamental para ter sucesso nos negócios. A comunicação acontece em todas as direções e o tempo todo: entre pessoas, entre instituições, entre pessoas e instituições, entre membros de um grupo fechado, em uma multidão, entre conterrâneos, entre estrangeiros, entre indivíduos pertencentes a um mesmo grupo de conhecimento, entre pessoas de diferentes gêneros ou credos, etc. (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018, p. 19). A comunicação, é, portanto, ainda segundo os autores, a base das relações sociais. Refere-se a um componente formador e propulsor dos grupos sociais, de modo que cada um, apresentando um perfil de indivíduos específicos, possua códigos e expressões próprias, que muitas vezes são compreendidos apenas por aqueles que estão inseridos. Isso ajuda a estreitar o vínculo entre essas pessoas, aumentando a cumplicidade e a parceria entre elas. Entende-se, assim, que é através da comunicação, as pessoas compartilham significados, informam-se acerca de aspectos da vida cotidiana, geram dados para chegar a um local específico, entre outros aspectos da vida social onde a comunicação é determinante. Vale salientar que o conceito de comunicação humana como forma de interação social abrange três esferas: a comunicação interpessoal, a comunicação de massa e a comunicação organizacional. Para Pimentel e Rodrigues (2018) a comunicação interpessoal é aquela desenvolvida por todos os indivíduos em diversos momentos do dia. Refere-se à uma conversa informal entre amigos, conhecidos ou familiares, por exemplo. Essa conversa pode ocorrer pessoalmente ou ser mediada por algum meio de comunicação ou tecnologia, como rede social ou telefone. A comunicação de massa, por outro lado, necessita de um método para atingir um número considerável de pessoas ao mesmo tempo. Trata-se de um tipo de comunicação que ocorre sempre mediada, podendo ocorrer por uma rede social, um artigo de jornal ou conteúdo de televisão, por exemplo. Ao se comunicar com um grande grupo de pessoas, é necessário usar um vocabulário direto e democrático para evitar falhas de comunicação. Já a comunicação organizacional, como o próprio nome indica, ocorre dentro do contexto dos negócios, ou em um ambiente organizacional. Esse tipo de 8 comunicação é geralmente formal e exige que um intermediário seja usado na maioria das vezes. É a comunicação pensada para dentro e para fora da organização (PIMENTEL; RODRIGUES, 2018). No mundo dos negócios, por exemplo, é fundamental entender as principais formas de comunicação. Isso porque é por meio delas que a comunicação, para uma apresentação ou negociação, por exemplo, poderá ser planejada. Os quatro principais estilos mais comuns são: assertivo, agressivo, passivo e manipulador. 2.1 Estilos de comunicação A tendência dos indivíduos de se comunicarem uns com os outros por meio de padrões singulares ou combinações de vários componentes é conhecida como estilo de comunicação. Refere-se a um padrão ou conjunto de características que o indivíduo possui e emprega ao falar (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). Segundo Rego (2016), o estilo pode influenciar significativamente em um componente crucial para a comunicação: a resposta recebida. Como resultado, é fundamental entender cada uma desses estilos, para assim poder interagir com eles e alcançar resultados positivos. 2.1.1 Agressivo As pessoas com o estilo agressivo de comunicação, também conhecidas como “do contra” têm a convicção de que os outros estão sempre contra elas e que precisam se proteger e defender o seu ponto de vista a qualquer custo. Para isso, frequentemente ameaçam e realizam ataques pessoais aos seus interlocutores. Essa comunicação frequentemente tenta dominar outras pessoas em sua constante busca por desvalorizá-las. Alguns sinais, como desinteresse, frieza e intolerância, são perceptíveis quando se utiliza esse tipo de abordagem. Comunicadores agressivos muitas vezes se tornam insubordinados e se rebelam contra o que lhes é falado quando precisam responder a alguém, como um gerente, por exemplo. Comumente pessoas com esse estilo de comunicação falam alto e tendem a interromper os outros quando estão falando. Além disso, quando têm a oportunidade 9 de falar, eles o fazem segurando suas palavras por mais tempo do que seria confortável. Em situações de conflito, os comunicadores agressivos podem ser úteis. Isso ocorre porque eles geralmente se sentem à vontade nesses tipos de circunstâncias e estão cientes de como reagir em situações tensas. No entanto, em circunstâncias normais, sua atitude pode levar a sentimentos desconfortáveis e criar situações delicadas, que precisam ser gerenciadas. Para Rego (2016, p. 303), uma pessoa com este estilo gera “desconfianças, inimizades e, mais cedo ou mais tarde, induz respostas igualmente agressivas nos seus interlocutores”. Essa postura pode resultar de sentimentos de vulnerabilidade e falta de confiança. Por vezes alguém é agressivo porque foi passivo por um tempo e acabou transbordando (REGO, 2016). 2.1.2 Passivo Geralmente as pessoas que usam esse estilo de comunicação tendem a se sentir bloqueadas ou paralisadas diante de um desafio. Por sentirem receio de importunar os outros acabam deixando de fazer considerações significativas. Além disso, acabam não tomando algumas decisões, uma vez que frequentemente alguém fica decepcionado ou chateado com decisões tomadas, e os passivos não sabem lidar com esse tipo de rejeição. Uma pessoa passiva, segundo Rego: [...] comporta-se tímida e retraídamente. Tem dificuldade em defender os seus interesses, em comunicar o que pensa e em discordar dos outros. Acaba por encorajar as pessoas a tomar vantagem sobre si e desrespeitarem-na. Daqui resulta que, por vezes, se sente incompreendida e julga que os outros é que deveriam saber onde chegar (REGO, 2016, p. 311). Geralmente as pessoas que se comunicam dessa maneira tendem a lutar com baixa autoestima, especialmente porque não se sentem capazes de ter suas próprias opiniões sobre determinadas situações ou de se impor aos outros. No entanto, pessoas com este estilo não têm muita consideração por parte dos colegas. As pessoas que são passivas normalmente exibem alguns hábitos e comportamentos comuns, como revirar os olhos, misturar as pernas e bater com os dedos na mesa. Muitas pessoas que usam esse estilo de comunicação também sofrem de ansiedade e insônia. Na oratória, acabam usando linguagem ambígua e não são decisivas em suas respostas. 10 2.1.3 Manipulador O estilo de comunicação de um manipulador tende a ser estratégico, valorizando seu público por meio de palavras e frases precisas em um esforço para mostrar inteligência e cultura. Geralmente exagera ou distorce as informações fornecidas por outros, podendo repeti-las de forma distorcida ou descontextualizada, atendendo aos seus próprios interesses. Pessoas deste estilo frequentemente utilizam a simulação como instrumento para manipular os demais, seja negando fatos ou inventando histórias, ou cenários que os farão concordar com eles. É alguém que geralmente fala por meias-palavras, favorecendo a ambiguidade, muitas vezes utiliza a culpa do seu interlocutor como arma a seu favor, justamente para no futuro poder se valer dela. Também é comum este indivíduo explorar as tradições, convicções e os escrúpulos das pessoas, bem como realizar a chamada chantagem moral. 2.1.4 Assertivo A capacidade de expressar opiniões, desejos e sentimentos é o que define o comportamento de quem se comunica dessa forma. Além disso, aqueles que adotam esse estilo respeitam e apoiam as afirmações dos outros. O comunicador assertivo normalmente usa uma linguagem direta, visando oportunizar o diálogo e criar uma situação que beneficie todos os envolvidos. Eles são indivíduos que ouvem atentamente as opiniões dos outros e que podem expressar honestamente as suas. Conforme Rego, uma pessoa assertiva: [...] defende a esfera individual de forma direta, aberta e honesta, sem abusar da esfera individual do interlocutor. Baseia-se no princípio segundo o qual é incorreto violar os nossos próprios direitos, assim como os direitos dos outros em expressarem-se e serem tratados com dignidade e respeito (REGO, 2016, p. 328). Na maioria das vezes, são confiantes e decididos, preferem o diálogo e a negociação que geralmente resultam deles, do que a agressão ou mesmo a fuga, como fazem as pessoas de estilos diferentes. Habitualmente são respeitados pelos demais que os respeitam e consideram seu ponto de vista. 11 Apesar de buscarem o compromisso, os comunicadores assertivos conseguem assumir uma posição forte e sabem usar a palavra “não” quando necessário para proteger os interesses de seus representados. Pessoas com esse perfil constroem relações de confiança com a outra parte, o que pode levar a um relacionamento sólido e duradouro entre as partes após o término da negociação. Conforme Rego (2016, p. 313) “[...] o estilo de comunicação habitualmente considerado o mais desejável é o assertivo”. No entanto, a eficácia da comunicação, no sentido de obter melhores resultados em uma negociação, ainda depende da capacidade do indivíduo de adequar o seu estilo de acordo às circunstâncias que surgem (HODGE; PADERSON; WALKER, 2015). O indivíduo que é capaz de exercer, em momentos específicos, um pouco de cada um dos estilos de comunicação, obtém resultados mais satisfatórios em uma negociação. 3 FALAR EM PÚBLICO Fonte: thespeaker.com.br A exposição ao público é um dos maiores desafios para as pessoas, principalmente para quem não tem experiência dessa atividade. Requer mais do que ter conhecimento; deve-se também planejar e organizar a apresentação, bem como controlar, dominar as emoções e os fatores internos que possam influenciar na atividade oral. Além disso, é importante utilizar algumas técnicas de comunicação e os recursos audiovisuais (FRANÇA, 2015). 12 Construir um pequeno projeto ou plano que aborde perguntas-chave é o primeiro passo para quem deseja ter sucesso em qualquer apresentação. As respostas dessas perguntas são cruciais para alcançar o sucesso desejado: • Quem é o público-alvo da apresentação? O que você sabe sobre esse grupo? • Qual é o tema a ser apresentado? Qual enfoque desse tema é mais motivador e interessante para o público-alvo? • Quais são os objetivos dessa apresentação? • Qual é o tempo disponível para a exposição ou da sua fala? • Quando será o evento? • Em que local será realizado? E que infraestrutura dispõe para apresentações? • Na relação tempo x tema, como pretende desenvolver suas ideias? • Que recursos audiovisuais serão usados na apresentação? (FRANÇA, 2015, p. 138). Na produção desse projeto é fundamental explicar o que envolve cada etapa, para esclarecer o que cada pergunta precisa ter como resposta, para cumprir com o bom planejamento para o ato de falar em uma audiência. 3.1 Conhecer o público-alvo Trata-se de identificar para quem será feita a apresentação e adequar o vocabulário ao público. Para tanto, é necessário pesquisar e fazer um levantamento sobre o perfil dos ouvintes presentes no evento antes de pensar no tema e nas ideias. O sucesso depende da linguagem adequada ao nível cultural dos participantes. 3.2 Escolher o tema O orador deve escolher o tema que seja de seu domínio, pois ele precisa ter conhecimento amplo sobre o que será explanado, tanto em termos de fundamentação teórica do tema, quanto das práticas que deram origem ao estudo da temática. Com isso, é necessário ler estudar muito sobre o tema, estudar, com a finalidade de escolher a melhor abordagem a ser adotada, considerando as 13 características do público. Um tema pode ser abordado em vários enfoques, portanto, é indicado escolher aquele que mais interessa e motiva o público e é relevante para o apresentador. 3.3 Determinar objetivos Os objetivos são direcionamentos que devem ser alcançados através da apresentação. Estabelecer a intenção ao abordar esse tema é crucial. Pode-se motivar, persuadir, informar ou apresentar a solução de um problema, mas esses objetivos, mesmo que conjugados, devem ser previamente elaborados neste planejamento. O objetivo funciona como uma bússola para a apresentação. 3.4 Tempo disponível para a apresentação O tempo é um fator delimitador das ações a serem realizadas na apresentação ou em qualquer atividade oral. O horário previsto para a apresentação não pode ser ignorado, pois, se terminar antes ou ultrapassar, será notório a falta de planejamento e organização. Ao terminar no tempo hábil, mostrará ao público profissionalismo e dedicação ao evento oral realizado. 3.5 Data de realização do evento É preciso determinar com bastante observação a data para uma apresentação que deseja êxito. Embora, nem sempre o apresentador terá autonomia para escolher, mas quando houver a possibilidade, conforme França (2015), alguns fatores devem ser cuidadosamente considerados: • Não ser uma data anterior a um dia de feriado, pois o fato provoca diminuição do público presente ao evento; • Marcar com antecedência, para haver boa divulgação e preparação do orador; • Não ser coexistente a outro evento público que ocorra no mesmo dia (jogo de final de campeonato, atividade de trabalho, eventos sociais importantes etc.). Além de diminuir o público, coloca os participantes e o orador em situação de 14 estresse só pelo fato da locomoção e trânsito até chegar ao local do evento. 3.6 Local da apresentação e sua infraestrutura O local para o evento interfere sobre a atividade. Conhecer o local com antecedência e atentar para a infraestrutura de apoio facilita ao orador e lhe permite planejar melhor a sua apresentação. O ambiente físico, os recursos audiovisuais disponíveis, a posição do público, incluindo se há ou não palco e púlpito, afetam como se deve posicionar frente ao público. O planejamento deve considerar os cenários ambientais, espaciais e logísticos da apresentação. 3.7 Desenvolver as ideias Segundo França (2015), as ideias devem ser organizadas dentro de uma estrutura lógica, cronológica e coerente, com a consideração básica do orador, naquilo que se chama de qualidade de estilo. Dessa forma, é essencial prestar atenção a três qualidades relevantes na estrutura das ideias: • Unidade e Concisão, uma só ideia predominante e delimitada no enfoque escolhido; • Coerência, relação entre a ideia principal e as ideias que decorrem dela, com comprovação e com argumentos; • Objetividade e Clareza, é preciso transmitir completamente a ideia, realizando a comunicação imediata sem redundâncias, de forma simples e direta. Fazer uma lista de tópicos com ideias sobre o que será dito em cada tópico e como ele se desenvolverá de forma lógica e significativa, facilita muito o trabalho do apresentador. Além disso, este guia de ideias pode ser usado para compor uma ficha que poderá ser usada durante o tempo da apresentação. Vale ressaltar que, apesar de em alguns casos se dispor de recursos tecnológicos, algumas vezes eles falham, necessitando usar apenas a guia como possibilidade de auxílio na hora do evento. Planejar as ideias a serem desenvolvidas e os argumentos a serem apresentados faz toda diferença ao falar em público. 15 3.8 Recursos audiovisuais Fonte: kingscomunicacao.com.br É necessário determinar os recursos que serão utilizados, e isso tem relação direta com a infraestrutura do local. Deve-se saber antecipadamente se o equipamento é apropriado ou não. Além disso, cada tipo de apresentação, requer o uso de um ou mais recursos (FRANÇA, 2015). Espera-se que o expositor utilize recursos visuais e/ou audiovisuais para facilitar sua comunicação com o público-alvo. O apresentador deve estar familiarizado com a operação do equipamento que terá à sua disposição, para evitar situações constrangedoras, por exemplo, quando o apresentador liga o Datashow e a imagem é projetada de forma inadequada ou retrocede os slides ao invés de avançá-los (CARMO; PRADO, 2005). Os slides da apresentação devem ser organizados de forma clara e objetiva, atentando para não exibir uma quantidade excessiva de informações na mesma tela e evitar qualquer tipo de conflito entre o que é dito e o que é projetado. O conteúdo da projeção precisa ser um auxiliar da exposição, não um concorrente. Da mesma forma, as dimensões e requisitos de iluminação do espaço onde será realizada a apresentação necessita ser considerado; isso ajudará decidir sobre especificidades como o tamanho do texto, das figuras e o esquema de cores a ser usado. Visto que nem sempre é possível obter tais informações antecipadamente, dispor de sugestões gerais é indicado (CARMO; PRADO, 2005). 16 Em relação ao uso de cores, é necessário um estudo de caso, pois depende do tipo de apresentação e da área. Se a apresentação for para um experimento científico, um contraste básico como preto e branco funcionará, mas se for para marketing ou promoção de produtos, um contraste de cores mais exóticas funcionará. No entanto, se for enfatizar o valor estético da apresentação usando cores, escolha as claras para o segundo plano e as escuras para o primeiro. Os recursos gráficos que incluem tipos diferentes de letras e outros elementos como efeitos 3D, sombreamento, conjuntos e formas geométricas requer moderação, escolha sempre a simplicidade e o bom senso ao aderir um padrão. É fundamental que a fala e o conteúdo que está sendo apresentado estejam sincronizados, pois é possível que ocorram projeções de informações que não tenham relação com o que está sendo apresentado, seja porque o apresentador simplesmente esqueceu de usar o auxílio visual ou porque a informação apropriada não foi projetada no momento certo. Provavelmente, esta dificuldade decorre de uma falta de planejamento adequado, da inabilidade do expositor, ou em razão do aparelho estar sendo operado por outra pessoa, sem um acerto prévio entre expositor e operador acerca dos detalhes da apresentação (CARMO; PRADO, 2005). Por mais clara que seja a exposição, a compreensão do ouvinte pode não corresponder exatamente ao que está sendo abordado. Isso é comum, portanto, lembre-se: clareza é imprescindível. Por isso, ao preparar uma apresentação, tente visualizar a expectativa do público. Isso poderá ajudar a prever possíveis dúvidas e dificuldades. 4 ORATÓRIA 17 Fonte: marketingdeautoridade.org A maneira como se expressa e comunica constrói a reputação do indivíduo, gera impressões e influência nas relações com os outros. Sobre o conceito de oratória argumenta Moreira: Parece clichê, mas não há conceito melhor para definir oratória como “a arte de falar em público”, primeiro, porque a oratória é composta de métodos de comunicação e linguagens (verbais e não verbais), segundo, porque envolve nesse processo a persuasão como um ponto central, e persuadir-se a si mesmo ou alguém, é um desafio, uma arte quase teatral, cheia de entonação, expressão, articulação, postura e empatia, sim, empatia, é preciso conhecer seu público, conectar-se a ele, criar laços afetivos, e para isso, ser carismático (MOREIRA, 2020, p.2). Falar em público corretamente e sem inibições requer a compreensão de como transmitir, comunicar e expressar adequadamente, sabe-se que o orador precisa adequar a mensagem aos interesses do público-alvo. Por esta razão, desenvolver a sensibilidade demanda habilidades e experiência de oratória (POLITO, 2015). A comunicação é o fator imprescindível para o exercício da função em qualquer área e está diretamente ligada ao sucesso ou insucesso da carreira escolhida. Saber o que e quando falar transmite sentidos muito mais avançados do que apenas expressar bem, inclui o poder de influenciar com as próprias ideias outras pessoas. A Comunicação ou o ato de comunicar-se bem é uma atribuição imprescindível para todos os profissionais em suas respectivas áreas de atuação, mas principalmente para o profissional de secretariado executivo, esse é um ato primordial e que deve ser executado com clareza por este profissional, que é um agente de relações públicas. Algumas pessoas acreditam que entendem tudo sobre comunicação pelo simples fato de a 18 praticarem, mas na verdade este processo que parece obvio é muito mais complexo do que se pensa. Comunicar-se bem exige esforços, para que se possa transmitir pensamentos, ideias e conhecimentos com clareza na organização (SOUZA, 2011, p.15). Na oratória é preciso atender o interesse do público, visando compreender a problemática do assunto discorrido, as razões históricas pelas quais geram curiosidades e levam o público a procurar uma prerrogativa essencialmente relevante para ‘comprar’ a ideia do orador. Sendo assim, a comunicação é fundamental para todas as carreiras. 4.1 Medo de falar em público O medo é a sensação que todo ser humano sente quando algo o ameaça, nota- se que está exposto a um fator desconhecido, proporciona um estado físico e psicológico de nervosismo e pavor perante algo que possa ser prejudicial, seja um medo real ou fruto da imaginação. Pode ser definido como a alteração psíquica que se manifesta no instinto de autopreservação e autodefesa. O mesmo tem a função moderadora de disciplinar as pessoas em seu ambiente social (TULLIO; DE BARROS; VALIGURA, 2016). Fonte: hipnosenapratica.com.br Nas áreas das comunicações, falar em público pode despertar muitas inibições causadas principalmente por sentimentos de inadequação e vergonha. Acrescentam- 19 se a isso os complexos de inferioridade ou de superioridade, o perfeccionismo exagerado, as inseguranças quanto à autoimagem, o medo da rejeição, a baixa estima, a preocupação excessiva com a crítica alheia, e pronto: está completo o bloqueio da comunicação. O medo proporciona submissão que impede a autoexpressão, calando a voz do emissor. A crítica é uma alimentadora do medo e muitas vezes é interpretada como algo negativo de caráter agressivo. Nessa perspectiva, entende-se que diante da plateia o orador é sempre julgado sobre suas ideias e conhecimentos que não atendem as expectativas dos ouvintes. No entanto, ser criticado não significa que o orador falhou; ele deve ter em mente a fonte primária dessa crítica e se ela tem fundamento ou não, pois sem argumentos não passará de uma opinião. Por exemplo, a crítica intelectual é baseada em conhecimentos somados da plateia; refere-se a algo quase sempre não observado pelo o orador, que deve ser investigado pelo mesmo, buscando entender seus aspectos construtivos, postos na perspectiva de um elemento para evolução do orador. Tornando-se, assim, uma maneira eficaz de subjugar obstáculo (TULLIO; DE BARROS; VALIGURA, 2016). Quando colocado em uma situação nova com muitas pessoas, faz parte da natureza humana sentir medo ou inibição. Surgem uma certa ansiedade que vem da perspectiva de iniciar uma ação inovadora diante do público. No entanto, é necessário controlar os excessos, pois a insegurança exagerada pode ter efeitos negativos em todos os aspectos da vida, principalmente nas atividades relacionadas ao trabalho ou estudo (FRANÇA, 2015). Falar em público é uma necessidade constante. Seja ao participar de uma reunião, fazer um relatório, apresentar um trabalho acadêmico ou fazer uma avaliação oral de uma disciplina, ou curso. Diante do exposto, sabe-se que falar em público é inevitável e, por isso, deve-se realizar da melhor forma possível. Segundo França (2015), em uma situação de estresse, o corpo só tem duas respostas possíveis: fugir ou lutar. Uma postura de luta deve ser imediata, pois falar com as pessoas é inevitável, e essa conscientização é muito importante. Há apenas uma opção: lutar, embora muitas reações aconteçam com o corpo devido o estresse. O controle dessas reações, somado aos outros elementos de planejamento de uma apresentação, é que transforma essa atividade oral em grande desafio. 20 Existem remédios que podem diminuir os efeitos de quem vai falar em público, até mesmo terapias, como a acupuntura emocional, mas o melhor mesmo é realizar essa luta em si mesmo e conquistar êxito para a batalha atual e as futuras. Além disso, é fundamental enfatizar que os medicamentos podem ter efeitos colaterais que pioram a atividade oral, como o bloqueio de ideias, trazer sono, dar fraqueza, etc. Abaixo segue algumas frases que constituem pensamentos que levam ao controle do medo: • “Sou capaz, pois estudei muito e tenho vivências, por isso, estou pronto para realizar essa atividade”. • “Tenho domínio sobre mim e sei perfeitamente que posso fazer o melhor, pois sou capaz”. • “Estou preparado tanto tecnicamente como psicologicamente para a apresentação”. • “Só tenho pensamentos positivos, e tudo vai dar certo, pois tenho domínio e sou capaz”. • “Sei bastante sobre o tema, e nenhum dos presentes conhece mais que eu sobre o assunto, sou capaz”. • “É necessário que eu fale em público e me saia bem, é fundamental para a minha vida pessoal e profissional” (FRANÇA, 2015, p. 142). Conforme estudos psicopedagógicos, a repetição é a chave para a aprendizagem; por isso, é fundamental repetir essas frases como pensamentos e, se necessário, como expressões verbalizadas para que as ideias se fixem. É crucial continuar, pois o medo é uma percepção que pode ser mudada (FRANÇA, 2015). 4.2 Lidando com o nervosismo Em vez de tentar eliminar todo e qualquer traço de medo de falar em público, o indicado é procurar transformá-lo de uma força negativa em uma potência que especialistas chamam de nervosismo positivo, onde a sensaçao de nervosismo pode se dar como uma experiência de sentimentos prazerosos, entusiásticos e animados, acompanhado de uma ligeira agitação. Continua sendo nervosismo, mas a sensação 21 é diferente, porque não é mais vitimado por ele; ao contrário, é vitalizado por ele (LUCAS, 2013). Não assuma que tem medo de falar em público. Em vez disso, conceba como “instigação” ou “entusiasmo”, isso pode ajudar a concentrar e revigorar da mesma maneira que ajuda atletas, músicos e outros a se prepararem para um jogo ou um concerto. Conforme Lucas (2013, p. 30-33), existe seis métodos consagrados para transformar a força negativa do nervosismo em positiva: • Adquira experiência em oratória; • Prepare-se; outra maneira de ganhar confiança é escolher temas para palestrar pelos quais tem de fato interesse e, em seguida, prepará-los meticulosamente, para que assim o êxito seja garantido. • Pense de forma positiva; a confiança é o poder mais conhecido do pensamento positivo. • Utilize o poder da visualização; está intimamente relacionada com o pensamento positivo. Ela é utilizada por atletas, músicos, atores, oradores e outras pessoas para melhorar o desempenho em situações estressantes. • Grande parte do nervosismo não é visível; muitos oradores principiantes temem que o público perceba. É difícil falar com equilíbrio e confiança quando reconhece que está tenso e inseguro. Uma das constatações mais valiosas que terá ao longo de sua trajetória como palestrante é que apenas uma fração da ansiedade sentida internamente se evidencia de forma externa. • Não espere perfeição; talvez também ajude saber que não existe discurso perfeito. Até certo ponto, em toda apresentação, o orador diz ou faz alguma coisa que não sai exatamente como ele planejou. Felizmente, esses momentos não costumam ser visíveis para o público. Porque o espectador não sabe o que o orador pretende dizer. Ele ouve apenas o que é falado. Ao elaborar uma apresentação oral, procure prepará-la minuciosamente e fazer todo o possível para que a mensagem transmitida chegue aos ouvintes como esperado. No entanto, não fique ansioso com relação a ser perfeito ou com o que 22 ocorrerá se cometer um erro. Assim a mente é aliviada desses fardos, será bem mais fácil encarar as apresentações com confiança e, até mesmo, com entusiasmo. Para lidar com o nervosismo em suas primeiras apresentações, é importante: • Estar em sua melhor forma física e mental. Não é aconselhável ficar até as três horas da madrugada festejando com amigos ou estudar impacientemente para uma prova antes de uma apresentação. O mais apropriado é ter uma boa noite de sono. • Enquanto aguarda o momento de se apresentar, contrair e relaxar calmamente os músculos das pernas ou apertar as mãos uma contra a outra, soltando-as em seguida, são procedimentos que ajudam a diminuir a tensão porque dão vazão ao excesso de adrenalina. • Antes de começar a falar, respire lenta e profundamente algumas vezes. Quando as pessoas estão tensas, elas costumam fazer uma respiração curta e superficial, e isso aumenta a ansiedade. A respiração profunda interrompe esse ciclo de tensão e ajuda a aliviar o nervosismo. • Dedique-se especialmente à introdução. Pesquisas demonstram que o nível de ansiedade do orador começa a diminuir de forma significativa após os primeiros 30 a 60 segundos de uma apresentação. Assim que passar da introdução, provavelmente prosseguirá sem dificuldades no restante do caminho. • Faça contato visual com os ouvintes. Lembre-se de que eles são indivíduos, e não uma massa disforme e sem rosto. • Preocupe-se em se comunicar com os ouvintes, e não com seu medo de falar em público. Ao se envolver com o que está falando, o público também se envolverá. • Utilize recursos visuais. Eles geram interesse, tirando o palestrante do centro das atenções e ajudando diminuir o constrangimento (LUCAS, 2013, p. 34). 4.3 Comunicação clara, objetiva Clareza, objetividade, entusiasmo e espontaneidade são pré-requisitos básicos para um bom orador que venha traduzir de forma simples e ordenada a mensagem a ser passada. Segundo, Bezerra (2012) a credibilidade; a voz; o vocabulário; a 23 expressão corporal e a aparência também são fatores importantes. Alguns requisitos que diferencia um bom orador: • Expressões faciais e os gestos. • Volume, ritmo e inflexão da voz. • A clareza e objetividade do texto. • Interação com o público alvo. • Utilização de recursos audiovisuais e como eles complementam o que está sendo dito através da voz. • Os recursos utilizados para prender a atenção dos telespectadores. • Improvisação de maneira previamente pensada, fato que pode ser comprovado em jornais reconhecidos. • Vestimenta adequada. Ao fazer uma apresentação, a ansiedade é inevitável, mesmo os apresentadores experientes podem sentir desconforto, suar frio e ficar apreensivos. É uma reação perfeitamente natural face a uma situação aparentemente ameaçadora. Estar perante o que considera ser uma ameaça libera adrenalina, dilata as pupilas, torna os músculos tensos e provoca uma resposta de “fugir ou lutar”. Os bons apresentadores tendem a concentrar-se no que pode correr bem, nos aspectos favoráveis da sua mensagem e de que forma podem usá-la a favor da apresentação. Assim que detectam uma resposta positiva dos seus ouvintes, usam essa percepção para reforçar a sua autoconfiança, segurança, e acreditam que serão bem-sucedidos. 4.4 Fala verbal e corporal Conforme Servilha e Costa (2015), como o próprio nome diz, comunicação verbal é realizada através da voz, enquanto a linguagem corporal é feita por intermédio do corpo, utilizando gestos, posturas, mãos, olhares, roupas, etc. As principais funções são: 24 • Voz: é fundamental na comunicação verbal, podendo ser grave, média ou aguda. O ritmo pode ser lento, normal ou rápido. • Olhar: cria uma ligação entre o comunicador e os seus ouvintes, podendo sensibilizar, agredir, comover, passar confiança, simpatia, etc. • Gestos: ampliam o poder da palavra, facilitando o entendimento da mensagem. Durante uma apresentação, evitar fazer gestos abaixo da linha da cintura ou em demasia, pois tiram a força da comunicação. • Mãos: devem ficar abaixadas, ao longo do corpo ou em forma de “conchas”, até necessitar das mesmas para criar gestos. • Postura corporal: ao falar em pé, o corpo deve estar ereto e o peso dividido entre as duas pernas. • Roupas: vestir-se de maneira adequada ao seu público. A linguagem corporal e verbal de uma pessoa deve transmitir credibilidade ao ouvinte, ao mesmo tempo em que combinam com o código de vestimenta de sua profissão e a postura a ser adotada. Uma função de voz apropriada apoia a comunicação eficaz, a autoestima e promove as habilidades de aprendizagem. Considerando-se que a exposição oral tem sido a estratégia didática mais utilizada em sala de aula, o que eleva a demanda vocal é imprescindível que a voz seja inteligível, acessível, motivadora, assertiva e eficaz. Isso porque a capacidade de manter a atenção dos ouvintes pode ser impactada negativamente pela monotonia da voz, fraqueza ou tensão sistemática, bem como por qualquer desvio da velocidade ou fluência da fala. Como resultado, a voz é extremamente exigente em termos de comunicação, e seu bom funcionamento é requisito básico para a profissão (SERVILHA; COSTA, 2015). 4.5 Cuidados com a voz A voz é uma ferramenta crucial para preparadores físicos de futebol, oradores e outros profissionais. Essas profissões enfrentam altas demandas de uso vocal em situações que causam emoções intensas, pressão, ansiedade e estresse. 25 Os oradores persuasivos ajustam a voz para que ela seja ouvida claramente por toda a plateia. Além disso, adotam uma postura mais ereta e evitam maneirismos e hábitos verbais que provocam distrações (LUCAS, 2013). A voz existe pelo desejo que o ser humano possui de verbalizar pensamentos, opiniões e emoções, sendo parte integrante da identidade. É uma das extensões mais fortes da personalidade, muitas vezes é possível reconhecer alguém apenas pela voz. A voz transmite simpatia, ansiedade, tensão, emoção, inclusive a idade e experiência de vida. O uso inadequado pode resultar em disfonia, que é um sintoma de dificuldade na emissão normal da voz, podendo causar alterações nas cordas vocais (hiperemia, edema, nódulo, pólipo, etc.). Voz é metáfora da expressão. Quer ser aqui um pensamento que adquira sua expressão (não concordância, nem mero acordo), pela sensibilização das palavras pela voz. A voz não é algo dado, mas algo que dever ser produzido. Ela equivale à entrada do corpo na política. É por que me expresso por meio de minha voz que alcanço o outro, que estabeleço com ele um laço. Todo laço, toda relação é política, em seu melhor sentido, toda antirrelação é destrutiva da política (TIBURI, 2016, p. 47- 48). Segundo Matuck e da Silva (2005), o equilíbrio entre os parâmetros vocais, são aqueles representados pelas qualidades vocais e consistem em: ressonância, tipo de voz, intensidade, frequência, articulação, velocidade de fala, pronúncia e aspectos relacionados à emissão, é necessário para uma produção vocal adequada. Esse equilíbrio nem sempre existe e é responsável por características como rouquidão, ansiedade, tensão, entre outras, que podem ser detectadas tanto na voz de um adulto quanto de uma criança. O posicionamento correto da respiração, sem tensão ou relaxamento das cordas vocais, é necessário para produzir a voz corretamente. Estas devem ter uma tonicidade "ideal" para que sua movimentação ocorra normalmente. A respiração deverá ter uma coordenação entre inspiração e expiração, coordenação fonorespiratória, movimentos livres da musculatura da região torácica e do músculo diafragmático. Uma respiração ideal provoca o alargamento da base dos pulmões, permitindo maior entrada de ar e menor contração da musculatura torácica, pescoço e parte inferior da face (mandíbula e língua) (MATUCK; DA SILVA, 2005). 26 4.6 Falhas de linguagem Fonte: alunosonline.uol.com.br Segundo Brasileiro (2016), os vícios linguísticos são desvios das normas da língua padrão, provocados pela falta de conhecimento por parte do falante. Os vícios de linguagem se classificam em: • Barbarismo: desvio da norma quanto à grafia, pronúncia, morfologia, semântica e todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por diversos autores, barbarismo. • Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser usadas. • Neologismo: emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo idioma. • Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação. • Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação. • Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase. • Eco: ocorrência de terminações iguais. • Pleonasmo: redundância desnecessária de informação. 27 Segundo Brasileiro (2016), vícios linguísticos são notórios por serem desagradáveis, podem ser descobertos na fala e, em casos mais graves, na escrita. “Tipo assim”, " meio que" e " cara " são alguns cacoetes de linguagem frequentemente ouvidos na fala. Essa forma de raciocínio geralmente aparece fora de contexto e sem significado, ou seja, estão presentes na frase, mas não possuem formalmente nenhum valor linguístico. Em alguns casos, os cacoetes de linguagem são vistos como “trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante. Mas, na maioria das vezes, eles entram em foco naturalmente, agindo como uma espécie de mecanismo de autocorrelação de fala. Vale salientar que os diversos aspectos, como as variações linguísticas, a influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação devem ser observados. O objetivo principal da linguagem é facilitar as interações sociais e a compreensão. É fundamental se adequar aos tipos de linguagem de acordo com o contexto comunicacional e ser poliglota em seu próprio idioma. 4.7 Comunicação em reuniões empresariais É imprescindível a importância das reuniões no mundo dos negócios e o quanto elas podem ser úteis para o cotidiano das empresas. Conforme Carmo e Prado (2005) ao solicitar uma apresentação durante a reunião, alguns conceitos devem ser abordados. A duração da apresentação deve seguir as normas previamente definidas para o evento, evitando extrapolar o tempo previsto, para não prejudicar a exposição dos demais apresentadores. O olhar deverá ser direcionado ao público, não se prendendo apenas à uma pessoa, ao contrário, deverá percorrer toda a plateia. A Concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram). Regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme). Colocação: Me empresta o carro? (Em vez de empresta-me). 28 altura da voz precisará ser adequada às dimensões do ambiente, ao número de pessoas na audiência e a acústica do ambiente. É importante atentar para a postura adequada nas reuniões, bem como a pronúncia das palavras, respiração, gestos, contato visual, entre outros, e até mesmo as pausas que permitem a reflexão e a reprodução de ideias em resposta ao que está sendo apresentado. O discurso deve identificar as partes e atuar como um facilitador para a transmissão de argumentos por meio de roteiros previamente organizados. O profissional proficiente em todas as formas de expressão, seja verbal ou escrita, é mais interessante para a empresa do que um membro da equipe que apenas domina a oratória. No ambiente empresarial, a comunicação é o que acontece entre uma organização e o mercado, fornecedores, concorrentes, consumidores, entre outros. É um componente crucial desse relacionamento, pois, mais do que um processo, é a base das relações interpessoais. Assim, a comunicação empresarial é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e crescimento das organizações e, se for eficaz, pode produzir resultados relevantes para o resultado final da organização. Portanto, a capacidade de se comunicar efetivamente é um pré-requisito para gerentes, supervisores e líderes no desempenho de suas funções. Isso significa que, para realizar suas tarefas de planejamento, organização, direção e controle, bem como seus processos interpessoais, informacionais e decisórios, esses profissionais devem possuir habilidades de comunicação efetivas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). 29 5 MARKETING PESSOAL Fonte: portalolhardinamico.com.br Conforme Rizzo (2015), no mundo globalizado o processo de mudança e adaptação é constante, dada a sensação de redução de espaço e tempo e a aproximação e contato com outras culturas desperta novas expectativas e necessidades, fazendo com que as organizações se preocupem em manter ou criar vantagens competitivas. Nesse grande desafio de desenvolvimento de ideias e inovações que estejam em consonância com a modernidade, o profissional tem por obrigação situar-se com as características voltadas para este contexto, buscando por informações e capacitações. Por isso o marketing pessoal se torna um requisito chave para alcançar boas colocações. Segundo Kotler (2003, p. 91), o marketing pessoal é: “[...] uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura”. Em outras palavras, é possível dizer o marketing pessoal implica dar valor à própria imagem. Muito mais do que autopromoção, é um conjunto de ações e atitudes que vão ajudar as pessoas a verem o profissional com muito mais respeito. […] conjunto de ações planejadas que facilitam a obtenção de sucesso pessoal e profissional, seja para conquistar uma nova posição no mercado de trabalho, seja para manter sua posição atual. Essas ações compreendem não só a divulgação de uma melhor imagem de nós mesmos, mas também o 30 aprimoramento de nossas deficiências e o investimento em nossas qualidades (Ritossa, 2009, p. 17). A velocidade das ações indica uma diminuição acentuada do ciclo de vida das coisas como um elemento útil e contemporâneo. Hoje a permanência de um produto no mercado é instável, pois cada vez mais as pessoas procuram sanar suas carências e necessidades encontradas no dia a dia e facilitar seu serviço, assim o profissional tem que buscar atender essas prioridades. Tal como acontece com as marcas, as pessoas cada vez mais fazem jus à reputação que têm nos mercados em que atuam. Posto isto, é fundamental que essa imagem seja associada a algo positivo na mente das pessoas, de forma que, se um atributo é considerado relevante para uma função específica e o indivíduo não o desenvolveu, é recomendável que ele trabalhe para fazê-lo, em vez de apenas afirmar que o tem. O marketing pessoal tem como objetivo construir uma imagem positiva do indivíduo, incentivando as pessoas a apoiar as ideias apresentadas por eles, seja oferecendo-lhe um cargo, uma promoção ou, fechando um negócio. Este resultado é alcançável utilizando adequadamente as estratégias de marketing pessoal necessárias. Com pesquisa, planejamento, e utilizando os argumentos adequados é possível que o indivíduo desenvolva uma imagem coerente e consistente, para a qual as pessoas à sua volta façam associações psicológicas positivas. Desse modo, obtém-se a visibilidade necessária para que o indivíduo se torne uma referência em seu ambiente e assim possa influenciar e participar dos projetos de vida das pessoas (DOIN, 2007). 5.1 Técnicas e aplicabilidades do marketing pessoal Conforme Kotler (2000), o marketing pessoal utiliza as ferramentas tradicionais de marketing para beneficiar a carreira e a vida particular das pessoas, valorizando o ser humano em todos as suas qualidades, estrutura e características. O reconhecimento dos atributos de um indivíduo é, portanto, um dos principais componentes da marca pessoal. 31 5.1.1 Imagem pessoal A apresentação pessoal é um cartão de visita. Os profissionais que exploram a aparência de maneira correta promovem a valorização da imagem profissional. No mercado de trabalho, uma das características mais marcantes de uma pessoa é a aparência: entre dois candidatos com igual qualificação, sem dúvida, a vaga ficará com aquele com a aparência mais bem cuidada (PALMEIRA, 2014). Mesmo que a empresa tenha um ambiente organizacional mais descontraído existem cuidados que devem ser mantidos. Nessas horas, vale o bom senso de compreender onde está. Além disso, não é necessário comprar roupas grife para trabalhar o marketing pessoal, mas, sim, tomar cuidado com a linguagem corporal, pois o comportamento transmite a mensagem que deseja passar para os outros. Para os homens, manter barba bem aparada, e para as mulheres, usar roupas sem muito decote (SBCOACHING, 2018). 5.1.2 Linguagem corporal O corpo expressa mais do que se pode imaginar. Inconscientemente, as pessoas usam a linguagem não verbal conhecida como linguagem corporal para comunicar ou expressar suas emoções. A partir da linguagem corporal, é possível reconhecer ansiedade, insegurança e fobia, que, muitas vezes não são expressas em palavras. 5.1.3 Vestimenta Um componente relevante do marketing pessoal é vestir-se adequadamente com a ocasião e as exigências da profissão. Visto que cada circunstância tem características próprias, o objetivo deve ser vestir da melhor forma possível para cada momento específico. Por exemplo, em muitos casos, o salto é importante, mas há ocasiões em que ele pode atrapalhar. Como tal, a imagem deve estar baseada em quatro princípios: • Equilíbrio: sem excessos; 32 • Bom senso; • Adequação: a roupa e os acessórios devem estar adequados ao lugar e às circunstâncias; • Elegância: não é questão de vestir roupas de grifes, mas de saber comportar- se de acordo com a ocasião. 5.1.4 Posturas corporais Cruzar os braços ao conversar transmite a imagem de uma pessoa que está na defensiva. As mãos na cintura mostram falta de classe, nos bolsos demonstram insegurança e timidez. Sentar na ponta da cadeira gera a impressão de querer encerrar a conversa. Além disso, é importante evitar balançar os pés, pois demonstra impaciência. 5.1.5 As maneiras de olhar Os olhos são as janelas do corpo e podem transmitir uma variedade de emoções, incluindo felicidade, medo, tristeza, preocupação, raiva e motivação. Especialistas em comportamento humano podem dizer quem está mentindo apenas observando a expressão do olhar. Ao falar com alguém, o olhar deve estar voltado em sua direção, pois quem não o faz pode dar a entender que mentindo ou inseguro. Outras inconveniências em relação ao contato visual incluem o uso de lentes escuras em ambientes fechados e olhar uma pessoa da cabeça aos pés, demonstrando grosseria e falta de respeito. 5.2 Networking Há algumas décadas, boa parte dos profissionais permaneciam toda ou quase toda, a sua carreira profissional na mesma empresa. O emprego das pessoas era mais estável e havia mais preocupação com a produção do que com as relações interpessoais. 33 Atualmente, os profissionais estão com as suas carreiras mais dinâmicas. É difícil para um profissional trabalhar em apenas uma empresa durante toda a sua carreira, destacando assim a necessidade do networking. Trabalhar e ampliar a rede de relacionamentos é uma dica fundamental, onde conseguir bons trabalhos, exige a quebra de paradigmas e uma boa estratégia de marketing pessoal. Vale ressaltar alguns pontos para pensar sobre networking para o mercado de trabalho: • Estima-se que 70% dos empregos disponíveis não são anunciados em qualquer tipo de mídia. São anunciados internamente nas empresas ou preenchidos por conhecidos dos funcionários da empresa. A possibilidade de conseguir um emprego por meio de anúncios de vagas é de apenas 7%. • As empresas que anunciam para os funcionários recebem tantos pedidos que é praticamente impossível analisar todos os candidatos. Segundo pesquisa feita no site vagas.com, a média de candidatos por vaga para o cargo de administrador é de 500 inscritos por vaga. Devido à alta demanda, as empresas acabam contratando especialistas em seleção e recrutamento que escolhem os candidatos com base em especificações extremamente rígidas. Portanto, o networking é a maneira mais eficaz de procurar novas oportunidades de trabalho. Além disso, essa rede de conexões precisa ser configurada o mais rápido possível, principalmente enquanto a pessoa ainda estiver empregada. Para Passos e Najjar (1999), é importante trabalhar as competências relacionadas ao networking como: • Pensamento sistêmico, visão do todo; • Capacidade de criar e manter relacionamentos interpessoais de qualidade; • Capacidade de buscar informações e rapidamente processá-las, transformando-as em conhecimento e gerando resultados. • Flexibilidade e rapidez de raciocínio. 5.2.1 Elaborando networking Para elaborar um networking é necessário: 34 • Fazer um exercício de brainstorming listando os nomes, sem crítica e sem se importar com a origem e os eventuais benefícios que o nome possa vir a trazer. • Iniciar uma triagem dos contatos e relacionar os que são mais prováveis de auxiliá-lo profissionalmente, atualmente ou no futuro. • Analisar a listagem observando o seguinte: A quantidade de contatos é razoável? Sua rede precisa ser ampliada? Os contatos existentes podem ajudá-los profissionalmente? Como manter a rede ativa? Algumas sugestões incluem ligar pelo menos uma vez por mês, enviar mensagens sobre temas de interesses das pessoas (evitando, excessos), convidar as pessoas para eventos sociais e/ou profissionais e enviar cumprimentos em datas específicas. 5.2.2 Formas de expandir o networking • Participe de congressos, seminários, feiras, cursos e ações de formação. Nesses tipos de evento, costumam estar presentes pessoas que são referência na sua área de interesse. Um bom momento de aproximação é na hora do “coffee break” do evento, em que as pessoas estão mais à vontade para conversar. • Participe dos eventos da empresa, que são importantes momentos para conhecer pessoas de diferentes cargos e áreas da organização. • Esteja conectado nas mídias sociais. Gostando ou não, as redes sociais vieram para ficar e permitem reencontrar pessoas e expandir a rede de contatos. Dependendo do objetivo, vale a pena investir mais profundamente nas redes sociais para expandir o marketing pessoal. • Sempre que possível, participe de projetos de voluntariado. • Faça parte de associações profissionais da área de atuação. 35 5.3 Autopromoção É de suma importância, sempre que possível, expor suas habilidades, pois qualquer produto necessita de propaganda, e isso não poderia ser diferente na área profissional. Assim, é possível criar fatos que virem notícias e divulgá-las, estar sempre presente, visível e acessível com o mundo, com as pessoas, sem esquecer de que tudo deve ser feito com moderação e bom senso. Mas cuidado: exageros na autopromoção devem ser evitados. Para receber os benefícios almejados, a autopromoção precisa ser realizada da forma correta, já que fazer esse trabalho da maneira errada pode prejudicar a imagem e dificultar o crescimento. Por isso, recomenda-se traçar um plano com objetivos bem definidos. Cada profissional deve saber a melhor forma de vender seu próprio trabalho, e isso vai além de simplesmente dizer qual é a profissão. Assim, é necessário pensar naquilo que o diferencia dos demais e, a partir disso, elaborar um resumo daquilo que há de mais valioso no seu trabalho. Deve-se tomar cuidado para usar termos que realmente chamem atenção para o seu valor e, a partir do resumo, elaborar um “Pitch”, que é uma apresentação rápida, em torno de 3 minutos, das características pessoais mais relevantes e das principais atividades profissionais que já realizou. Para praticar a autopromoção, é necessário pensar como se fosse um produto. Para isso, um dos aspectos fundamentais é a escolha dos canais de comunicação que serão utilizados: “in loco” no trabalho, na faculdade, na associação de moradores, em plataformas como Facebook, Youtube, blogs, entre outros canais, deve-se escolher aquelas que têm identificação com o seu público-alvo. Ultimamente, muitas pessoas têm optado por fazer sua autopromoção exclusivamente nas mídias sociais de forma, muitas vezes, exaustiva e, em alguns casos, de forma muito diferente do que corresponde à realidade. Um exercício fundamental para que a autopromoção seja eficaz é aprender a lidar com as críticas e, nesse sentido, não aceitar críticas pode ser prejudicial para o marketing pessoal. Assim, é preciso encarar cada feedback negativo como possibilidade de melhorar. Caso seja um comentário grosseiro e ofensivo, deve-se manter a calma e a compostura e seguir o caminho. 36 Assim, o marketing pessoal está ligado às ações e, portanto, é necessário cultivá-las, tendo em mente a credibilidade no mercado em que atua. Além de evitar envolver-se em confusões, também é importante participar de boas ações, como projetos sociais, mas cabe ressaltar que a aproximação deve ser por vontade própria, estando a autopromoção em segundo plano. 5.4 Conduta ética Não adianta saber “se vender” bem se não se tem valores e princípios éticos. É importante lembrar que o indivíduo é um reflexo do que faz, e, do mesmo modo que observa os comportamentos dos outros, também será observado. Logo, a ética deve ser entendida como um conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular o costume, a moral e a conduta das pessoas. “Cada cidadão deve ter ações e atitudes éticas na sua atividade profissional, pois cada indivíduo é responsável por contribuir positivamente para a construção de uma sociedade dentro dos princípios éticos” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019). O caráter e a conduta ética do profissional são tão importantes quanto suas habilidades e competências profissionais, e a discrição, a honestidade e o equilíbrio emocional são qualidades muito valorizadas pelas instituições. Assim, a conduta e a ética são ações de marketing pessoal utilizadas para formar um profissional de sucesso (SANTOS, 2002). 5.5 Habilidade para falar em público Enfim, sabe-se que falar em público é um dos maiores desafios enfrentados diariamente. Onde o medo de expor é algo normal e recorrente, o que, às vezes, dificulta a vida profissional das pessoas. Em um mundo competitivo, esse medo pode causar sérios danos. O aumento da competitividade mundial faz com que as pessoas busquem melhorar seu desempenho em suas profissões, gerando profissionais mais competentes e bem preparados. Nessa busca por ser “o melhor”, está a capacidade de expressão e de falar em público, considerada uma competência essencial no marketing pessoal. Se as competências, ou seja, a soma de conhecimentos, habilidades e atitudes, forem fracas em comunicação, a vida pessoal ou empresarial 37 pode sofrer grandes prejuízos, pois uma apresentação inadequada pode causar danos ao marketing pessoal (PALMEIRA, 2014). 38 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, A. M. Curso de Oratória A Arte de Falar em Público ou a Habilidade de Falar em Público, Fortaleza, 2012. BRASILEIRO, A. M. M. Leitura e produção textual. 1.ed. Porto Alegre: Penso, 2016. CARMO, J. S.; PRADO, P. S. T. Apresentação de trabalho em eventos científicos: comunicação oral e painéis. Interação em Psicologia, jun. 2005, (9)1, p. 131-142. DOIN, E. O marketing pessoal na sua trajetória profissional. Boletim de Informações Gerenciais da Justiça Federal, n. 14, 2007. FERREIRA, P. I.; MALHEIROS, G. Comunicação empresarial: planejamento, aplicação e resultados. São Paulo: Atlas, 2016. FRANÇA, A. S. Comunicação Oral nas Empresas: como falar bem e em público. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2015. 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